Educação
Violência é a principal preocupação dos alunos do Ensino Médio no Brasil
Estudantes falam do medo e da insegurança nas escolas. A insegurança e a violência interferem na aprendizagem.
A escola é um lugar muito especial. Na sala de aula, na
carteira, no livro, no professor pode estar a diferença entre uma vida boa e
outra nem tanto. A escola não é um templo, não é uma igreja, mas deveria ser
tratada como um espaço sagrado.
"A gente fica praticamente de mãos atadas porque a
gente não sabe o que fazer. A gente fica com medo”, diz a estudante Natália
Santos Jannuzi.
A estudante Sabrina de Matos Alves, do segundo ano, fala
sobre a crise na segurança pública no Rio de Janeiro. “Nós estudamos em escolas
públicas do Rio. Todo mundo já sabe que o estado está em crise. A segurança
pública vai de mal a pior e a escola não é uma ilha isolada, não é blindada,
mas ninguém imaginou que um dia, a gente teria crianças morrendo dentro do
colégio”, diz.
Em Abadia de Goiás, região metropolitana de Goiânia, a
professora Célia Maria Gomes conta sobre um arrastão que aconteceu dentro da
sala de aula. “A princípio eu pensei que fosse uma brincadeira por parte da
coordenação. Eles chegaram usando máscara. Era como um teatro surpresa, os
meninos acharam graça a princípio. Eles estavam armados. Foi aí que eu
acreditei que não era uma brincadeira. Quando eu olhei que eu vi arma, eu
falei: é sério”.
A turma do terceiro ano fazia prova quando aconteceu o
arrastão. Os criminosos pularam o muro, entraram na sala de aula e anunciaram o
assalto. Uma câmera registrou a ação dos bandidos. Os alunos e professores
estão traumatizados e não querem nem ouvir falar da sala de aula onde ocorreu o
arrastão. Desde então, as aulas acontecem em outro prédio.
De volta ao Rio de Janeiro, a estudante Sabrina de Matos
Alves, que sonha em ser psicóloga, diz que é difícil estudar com essa
insegurança. “A gente acaba ficando tenso, não consegue estudar não consegue
concentrar na matéria porque fica assim ou concentra na matéria ou concentra lá
fora na hora de sair”.
No primeiro semestre, as escolas da rede municipal do Rio
funcionaram normalmente em apenas oito dos 107 dias letivos. Quase 400 escolas
ficaram fechadas pelo menos um dia, por causa de tiroteios.
No Rio, em Goiás ou em qualquer parte do Brasil o que se
quer é paz para poder aprender e ter uma vida melhor.
“A violência crescente tem atrapalhado demais a
aprendizagem dos alunos. A gente percebe que esses alunos estão com problemas de
concentração, que eles não podem dedicar o foco, a mente para a aprendizagem.
Hoje o problema da educação não é só mais didático ou pedagógico, é um problema
social e de segurança pública”, explica a educadora Andrea Ramal.
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