Economia
Nacional
Desemprego de longo prazo cresce 42,4% entre 2015 e 2019.
O número de brasileiros que procuram trabalho há
pelo menos dois anos chegou a 3,3 milhões no primeiro trimestre de 2019,
destacou hoje o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O número de
desempregados de longo prazo é 42,4% superior ao do mesmo período de 2015,
primeiro ano da recente recessão da economia brasileira.
Uma das responsáveis pelo estudo, a técnica de
planejamento e pesquisa do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras, disse que o
mercado de trabalho é "o pior retrato" da crise econômica enfrentada
no país e afeta mais os trabalhadores menos escolarizados e as famílias de
menor renda.
"Estamos com o mercado de trabalho ainda muito
deteriorado, embora nos últimos meses a gente veja alguma reação. Mas a crise
tem dificultado a geração mais forte de postos de trabalho", afirmou.
"Além de reagir depois da economia como um todo, a reação [do mercado de
trabalho] costuma ser muito lenta no começo".
O estudo do Ipea analisou dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, as mulheres são mais
afetadas do que os homens pelo desemprego de longo prazo, e 28,8% das
desempregadas estão nessa situação há pelo menos dois anos. No caso dos homens,
o percentual é de 20,3%.
Os trabalhadores do Norte e do Nordeste sofrem mais
com o desemprego de longo prazo do que os do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e os
moradores de regiões metropolitanas estão mais expostos a isso do que os das
áreas não metropolitanas.
Os pesquisadores mostram ainda que o número de
desempregados que procuram trabalho há pelo menos dois anos cresce mais rápido
entre os jovens. Apesar disso, na faixa etária de 40 anos ou mais, 27,3% dos
desempregados estão nessa situação.
O cenário deteriorado do emprego no país fez com
que subisse o número de domicílios que não têm nenhuma renda proveniente do
trabalho. O percentual de famílias nessa situação chega a 22,7%, o que se
reflete em mais pressão sobre a taxa de desemprego, uma vez que outros membros
das famílias passam a buscar o mercado de trabalho para reforçar a renda
familiar.
A avaliação do Ipea é de que a recuperação do
mercado de trabalho vem ocorrendo de forma gradual e só poderá atingir
patamares mais expressivos no ano que vem, o que está condicionado à velocidade
de tramitação e à aprovação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Maria Andreia prevê que uma tramitação mais rápida pode elevar a confiança do
mercado e produzir efeitos para o início de 2020, e uma aprovação mais demorada
pode adiar a recuperação para o segundo semestre do ano que vem.
"Neste momento tudo está condicionado à
aprovação da reforma e a que reforma será aprovada. O timing da reforma é
fundamental."
Publicado em 18/06/2019 -
13:05 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência
Brasil Brasília
(Agência Brasil)
(Foto: Arquivo/EXTRA)
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