Nacional
Sucesso dos conselhos tutelares depende da proteção social do Estado.
Na véspera do aniversário de 29 anos do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), comemorado no dia 13 de julho, o
presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares do Distrito Federal,
Neliton Português, afirma que o Brasil tem progredido quanto à estrutura de
proteção das crianças e adolescentes. Ele diz que o crédito pela evolução é da
sociedade civil, que tem cobrado das autoridades o aprimoramento do sistema que
salvaguarda os direitos previstos no ECA.
Português comenta que, apesar da transformação
geral, muitos conselhos tutelares enfrentam insuficiência de recursos ou tem
seus esforços anulados devido a falhas da rede de proteção social do Estado. A
omissão do poder público, ressalta, aprofunda fatores de vulnerabilidade
social, como a pobreza.
"Hoje a gente tem avanços em relação a
algumas melhorias e equipamentos. Até pouco tempo, no Brasil inteiro, nós
tínhamos um sucateamento muito grande, mas a sociedade está muito atenta à
importância do papel do conselheiro tutelar. Nesse contexto, há também uma
compreensão do Estado, que começa a voltar o olhar para equipar e dar as condições
para o conselho atuar de forma legítima".
Segundo o presidente da associação, " isto
dificulta o resultado final [dos conselheiros], porque muitas famílias que
procuram o conselho tutelar precisam ser encaminhadas para a assistência e a
área de assistência está sucateada. Isso, no Brasil inteiro. É nesse sentido
que o Estado falha. O que precisa é ter uma responsabilidade geral dos gestores
públicos, dos ministros, dos secretários de Estado, de ter uma consciência do
fortalecimento dos direitos humanos".
Ele disse que, em muitos casos, os conselheiros
tutelares "enxugam gelo", em razão das limitações que seu trabalho
tem diante desse cenário. "Uma família, às vezes, está precisando de uma
cesta básica, não tem o que comer. Aí, a assistência só entrega uma cesta
básica daqui a três meses. Como é que uma pessoa que está passando necessidade
vai esperar três meses por uma cesta básica?", indagou.
Pesquisa recente, encomendada pela Oxfam ao Datafolha, mostrou a percepção dos brasileiros em
relação à desigualdade social. Os pesquisadores levantaram que a maioria da
população (86%) diz que o progresso do país está diretamente ligado à redução
do desnível econômico entre ricos e pobres. Além disso, 94% concordam que os
imposto pagos pela população devem ser usados em benefício dos mais pobres.
Publicado em 05/07/2019
- 13:10 Por Letycia Bond - Repórter da
Agência Brasil Brasília
(Agência Brasil)
(Foto: Valter
Campanato Agência Brasil)
Notícia mais recente
Próxima notícia
.png)



Deixe seu comentário
Postar um comentário