Justiça
Nacional
Ministros do STF cobram ação do CNJ e CNMP após conversas vazadas.
Os ministros Gilmar Mendes e Marco
Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobraram, hoje (1º), ação dos
conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e Nacional do Ministério Público (CNMP)
ante as conversas atribuídas a membros da força-tarefa da Lava Jato e ao
ex-juiz federal e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
“Esta é a maior crise que se abateu
sobre o aparato judicial do Brasil desde a redemocratização”, avaliou Mendes,
antes da primeira sessão plenária do STF após o recesso do meio de ano. “Já
demoramos muito. O Conselho Nacional da Justiça Federal, o CNJ, e o CNMP
[Conselho Nacional do Ministério Público] precisam olhar para essa questão,
essa crise, com a gravidade que ela merece, porque de fato ela é muito grave”,
afirmou.
Desde junho, o site The Intercept Brasil,
do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, o jornal Folha de S.Paulo e
a revista Veja têm
publicado conversas que teriam sido mantidas entre procuradores da Lava Jato e
Moro, de modo privado, por meio de um aplicativo de mensagens.
Em sua
publicação mais recente, nesta quinta-feira (1º), o jornal Folha de S.Paulo e
o site Intercept
Brasil divulgaram mensagens em que o coordenador da Lava
Jato, Deltan Dallagnol, estaria estimulando a força-tarefa a investigar
ministros do Supremo, entre eles Gilmar Mendes e o presidente da Corte, Dias
Toffoli, por meio de informações da Receita Federal. A iniciativa abarcaria
ainda as esposas dos ministros.
“Isso é incrível. Porque atua no
Supremo Tribunal Federal o procurador-geral da República. É inconcebível que um
procurador da República, de primeira instância, busque investigar atividades
desenvolvidas por ministros do Supremo”, disse Marco Aurélio Mello ao comentar
a reportagem.
“Cabe, evidentemente revelados os
fatos, acionar, e aquele que se sinta prejudicado deve fazê-lo para avançarmos
culturalmente, o CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]”, acrescentou
Marco Aurélio.
Para Gilmar Mendes, “tudo indica que a
Receita Federal estava servindo como órgão de pistolagem”. O ministro
acrescentou que “quando isso se faz com o presidente do Supremo Tribunal
Federal, o que eles não serão capazes de fazer com o cidadão comum”.
O ex-juiz Sergio Moro e os integrantes
da força-tarefa da Lava Jato no Paraná afirmam que a autenticidade das
mensagens publicadas pela imprensa não pode ser verificada e que o material foi
obtido de modo criminoso, por meio da invasão de seus aparelhos telefônicos.
Após as
revelações feitas nesta quinta-feira (1º) pela imprensa, o ministro do
Supremo Alexandre de Moraes decidiu suspender
uma apuração da Receita que
atingia ministros da Corte e outras autoridades, com base em “graves indícios
de ilegalidade no direcionamento das apurações em andamento”.
A decisão foi tomada dentro de um
inquérito relatado por ele sobre ataques virtuais contra o Supremo e seus
integrantes.
Publicado
em 01/08/2019 - 16:19 Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil Brasília
(Agência Brasil)
(Foto: Antônio Cruz/ Agência
Brasil)
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