Nacional
Policial
Polícia aponta envolvimento de 22 presos nas mortes em caminhão-cela.
A Polícia Civil do Pará diz que já tem
indícios que apontam para a participação de 22 presos na morte de quatro
detentos no interior de um caminhão-cela durante a transferência do Centro de
Recuperação Regional de Altamira para uma unidade prisional de Belém.
Segundo a
assessoria da corporação, os 26 homens que se encontravam no interior do
veículo quando os quatro detentos foram estrangulados já prestaram depoimento. Para o
delegado responsável pelo caso, não há elementos que comprovem a participação
de quatro dos 26 depoentes nos crimes.
Os 22 detentos aos quais a Polícia
Civil atribui a autoria das mortes são citados na peça do inquérito a que
a Agência Brasil teve
acesso.
Os 22 presos foram autuados em
flagrante por associação criminosa e homicídio. Nenhum deles assumiu a autoria
dos crimes, mas a Polícia Civil diz que existem elementos indicando que todos
participaram ativamente das mortes, ou se omitiram. O inquérito será agora
apresentado à Justiça de Marabá e ao Ministério Público do Pará, ao qual cabe
verificar se há provas suficientes para indiciar todo o grupo.
Ontem (31), o delegado-geral já havia
antecipado a informação de que os investigadores tinham informações sobre o
envolvimento direto de nove presos nas quatro mortes. Segundo Teixeira, os
quatro foram encontrados com as algemas plásticas. Ainda de acordo com o
delegado-geral, outros detentos poderiam vir a responder por omissão relevante,
pois tinham como ver o que ocorreu.
Tanto os mortos quanto os suspeitos
possuem marcas e arranhões, o que indica luta corporal, e por isso deverão ser
feitos exames de DNA para confirmar quem cometeu os crimes.
Estrangulamento
Um laudo do Centro de Perícias
Científicas Renato Chaves, do Pará, atestou que os quatro presos assassinados
foram mortos por asfixia mecânica (estrangulados). A informação foi divulgada
pela Secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Estado
(Segup), à qual o centro está vinculado.
Em nota divulgada na noite desta
quarta-feira (31), a pasta informou que a perícia também demonstrou que, devido
ao isolamento da parte interna do veículo, não é possível aos agentes escutar,
da boleia, o que acontece dentro do baú do caminhão. Ainda de acordo com a
pasta, como o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da
Justiça, proíbe que agentes prisionais viajem jungo com os detentos, no
interior do baú do caminhão-cela, os presos estavam sendo monitorados por um sistema
de quatro câmeras acompanhadas em tempo real a partir da boleia do veículo.
Segundo a
Segup, houve uma falha na transmissão do sinal das câmaras quando o veículo
passava por um trecho de estrada não-asfaltada – fato que, segundo a pasta
estadual, ocorreu entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá,
possivelmente no momento em que os quatro presos mortos foram atacados.
A secretaria informou que os 30 detentos transferidos de Altamira na ocasião pertencem a uma mesma facção criminosa; já compartilhavam celas e participaram da chacina que deixou 58 mortos na última segunda-feira (29). Durante o transporte, eles estavam algemados, divididos em quatro celas que, juntas, tinham capacidade para até 40 pessoas. O estado não tem caminhão com celas individuais.
A secretaria informou que os 30 detentos transferidos de Altamira na ocasião pertencem a uma mesma facção criminosa; já compartilhavam celas e participaram da chacina que deixou 58 mortos na última segunda-feira (29). Durante o transporte, eles estavam algemados, divididos em quatro celas que, juntas, tinham capacidade para até 40 pessoas. O estado não tem caminhão com celas individuais.
Publicado em 01/08/2019 - 14:13
Por Alex
Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília
(Agência Brasil)
(Foto: Divulgação)
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