Ceará
Policial
Ceará ocupa 12º lugar em ranking nacional de violência física e psicológica contra crianças e jovens.
Entre 2009 e 2017, o Estado registrou 7.678 casos. O aumento ao longo dos anos equivale a 88,4% .
Levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta que
o Ceará ocupa a 12ª colocação nacional em casos de violência física,
psicológica ou de tortura contra crianças e adolescentes. Os dados são de 2017
e têm como base o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan),
mantido pelo Ministério da Saúde (MS). Naquele ano, em média, foram registrados
quatro notificações por dia no Estado.
Em relação aos números de violência física, entre 2009 e 2017 o Estado
acumulou 5.507 notificações. No mesmo período, foram 1.925 registros de casos
de violência psicológica e 246 notificações relacionadas à tortura contra
crianças e jovens. Somando os números é possível obter o total 7.678 registros.
Durante esses anos, o aumento nos casos equivale a 88,4%.
No topo da lista, registrando os maiores números desses tipos de
violência em 2017, estão os estados de São Paulo (21.639 casos), Minas Gerais
(13.325), Rio de Janeiro (7.853), Paraná (7.297) e Rio Grande do Sul (5.254).
Respectivamente, esses dados representam 25,3%, 15,6%, 9,2%, 8,5% e 6,1% do
total de registros naquele ano em todo o País.
Brasil
Os números impressionam ainda mais se observados no panorama nacional.
No Brasil, todos os dias, são notificadas, em média, 233 agressões físicas,
psicológicas e de tortura contra crianças e adolescentes de até 19 anos. Em
2017, a soma desses três tipos de registro chega a 85.293 notificações. Desses,
69,5% são decorrentes de violência física; 27,1% de violência psicológica; e
3,3% de episódios de tortura.
Ao analisar a série histórica cobrindo o período de 2009 a 2017
(informações mais recentes disponíveis), o volume de agressões chega a 471.178
registros. Nesse período, houve crescimento de 84,6% no número de casos, o que
equivale a 50.203.
O trabalho da SBP não considerou variações como violência e assédio
sexual, abandono, negligência, trabalho infantil, entre outros tipos de
agressão. Esses aspectos devem fazer parte de publicação a ser divulgada em
2020.
Atenção aos sinais
A SBP também disponibiliza em seu portal o “Manual de Atendimento às
Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência”. O livro oferece estratégias para
prevenir, identificar e encaminhar situações de risco de violência em nível
doméstico, na escola e nos ambientes públicos. Confira alguns sinais de
violência física e psicológica para os quais o manual alerta:
Presença de hematomas na pele, atentando quando estão em fases distintas
de evolução, sugerindo traumas repetidos
Atrasos psicomotores diversos
Distúrbios alimentares: perda ou falta de apetite, bulimia, anorexia,
obesidade
Pouca comunicação ou comunicação feita sempre de modo destrutivo.
Distúrbios cognitivos: dificuldades de aprendizado, desinteresse pelo
conhecimento, pelo saber, atraso intelectual
Distúrbios do comportamento
- Na criança: grande inibição e passividade, de um lado, ou
hiperatividade e instabilidade psicomotoras, de outro, associadas à
agressividade contra os outros ou contra si própria.
- No pré-adolescente e no adolescente: fugas; dificuldades escolares ou
investimento excessivo na escolaridade; rebeldia e/ou irritação exacerbadas e
tentativas de suicídio.
Denúncias
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse
que suas delegacias especializadas “realizam trabalhos contínuos para combater
todos os tipos de crimes, no Estado, por meio de trabalho investigativo e de
inteligência”.
A Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa)
recebe todo tipo de ocorrência e denúncia que envolva crianças e adolescentes
vítimas de abuso sexual, exploração sexual, maus-tratos e qualquer tipo de
violação ao direto dessa parcela da população.
Além dos trabalhos policiais desenvolvidos pela equipe da Dececa, a
especializada conta ainda com a colaboração da sociedade para receber denúncias
de violação aos direitos da criança e do adolescente. Para registrar
denúncias, a população pode recorrer ao Disque 100 (Disque Direitos Humanos) ou
ao Disque Denúncia da SSPDS pelo número 181. O sigilo e o anonimato de ambos os
serviços são garantidos.
(O Povo- Online)
(Foto:
Mauri Melo)
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