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Saúde
Cearense de Quixeramobim participa de análise do genoma do Coronavírus no Brasil.
Da Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde faz doutorado atualmente, cientista atuou na equipe que fez a primeira análise laboratorial do sequenciamento do genoma do novo coronavírus.
Aos 28 anos, o pesquisador Darlan da Silva Candido, nascido
em Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará, já tem boas histórias para contar.
O cientista integra o grupo de pesquisadores que analisou e sequenciou, em
48h, o genoma do novo coronavírus, no Brasil, divulgado na última
sexta-feira (28). Da Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde faz doutorado
atualmente, o cientista participou da pesquisa após uma primeira análise
laboratorial feita em São Paulo.
A equipe do projeto CADDE, responsável pelo sequenciamento
do genoma, também envolve pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do
Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), em São
Paulo.
Graduado em Farmácia, Darlan estudou em escolas no interior
do estado até o terceiro ano do ensino médio, quando conseguiu ingressar no
curso na Universidade do Ceará (UFC), em Fortaleza, em 2009, aos 17 anos. Em
seguida, já em 2011, o estudante conquistou uma bolsa, através do extinto programa
federal Ciências Sem Fronteiras, para cursar farmácia nos Estados
Unidos.
“Na Faculdade de Farmácia, eu já trabalhava com atenção
farmacêutica a pacientes com doenças de chagas. Depois, consegui um estágio no
Centro de Formação das Doenças Negligenciadas (nome em português), na
Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA)”, afirma.
Conforme o pesquisador, o
plano inicial era ficar em São Francisco por seis meses,
contudo, logo depois do primeiro mês, “me ofereceram uma extensão da bolsa para
eu ficar lá e terminar o meu projeto. Depois disso, voltei ao Brasil no final
de 2013 e terminei a graduação na UFC. No total, foram 16 meses de intercâmbio.
Foi de agosto de 2012 a dezembro de 2013”.
Já no Brasil, em 2017, Darlan foi o único latino-americano
a ganhar a bolsa mais prestigiada de Oxford, em que apenas 120 pessoas
foram premiadas, segundo ele. “Fui para Oxford e acabei encontrando o Nuno
(Nuno Farias, pesquisador natural de Portugal, referência mundial em doenças
infecciosas de origem tropical), que é meu orientador nesta parte chamada de
epidemiologia genômica, essa parte de sequenciamento de vírus diante de surtos
epidêmicos. Foi assim, também, que conheci os pesquisadores de São Paulo”, diz.
Sobre o caminho percorrido até esse momento, Darlan analisa
que “dentro dessa minha trajetória, eu nunca tive exposição. E é legal você
chegar nesse momento porque talvez isso possa inspirar outras pessoas”.
Análise
Apesar de estar no Reino Unido, o pesquisador explica que
existem análises feitas depois que o resultado da parte laboratorial sai. “As
pesquisadoras fizeram a parte laboratorial lá (em SP), mas existem outras
análises posteriores. Estas são feitas em Oxford. Eu entro nessa segunda
parte”, diz. Mais especificamente, Darlan pontua que “a gente faz as análise do
sequenciamento”.
“Devido aos casos de coronavírus e sabendo que, em algum
momento, ia chegar no Brasil, a gente já estava se preparando para responder a
essa possível epidemia. Oxford mandou os reagentes para o grupo em São Paulo
para fazer o sequenciamento porque já trabalhamos com eles há muito tempo”,
esclarece.
(Diário do Nordeste)
(Foto: Arquivo pessoal)
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