Empresários reivindicam retomada de pequenos eventos em novo decreto no Ceará.
Com proibição
desde o final do ano passado, setor é um dos mais afetados com as restrições da
pandemia.
Após quase
oito semanas da retomada gradual das atividades econômicas no Ceará, a
expectativa dos setores é de uma maior flexibilização para o
decreto desta semana, que deve ser anunciado nesta sexta-feira (4) ou sábado
(5).
No
decreto da semana passada, que vigora até este domingo (6), o governador Camilo
Santana manteve as medidas já estabelecidas nas macrorregiões
de Fortaleza e Sobral, ampliando apenas no Sertão Central e Litoral
Leste/Jaguaribe.
Com a
proibição da realização de eventos desde o final do ano passado, o setor é um
dos que mais sofre com as restrições impostas pela pandemia.
De acordo
com Circe Jane, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de
Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE), cerca de 52%
dos funcionários do segmento foram demitidos.
A
principal demanda do setor para esta semana, de acordo com Jane, é que o
governo libere ao menos a realização de pequenos eventos. “Obviamente,
com todas as medidas sanitárias necessárias”, afirma Jane.
Hotéis reforçam pedido
Mesmo com
as medidas de apoio como o auxílio estadual aos
profissionais de eventos, o setor teve um impacto negativo de
mais de R$ 45 milhões que deixou de entrar na economia por conta de eventos
cancelados, conforme aponta a presidente.
O setor
hoteleiro também reivindica a volta dos eventos com a possibilidade da ocupação
dos salões dos estabelecimentos. O presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, informa que
foi feita uma solicitação junto ao governo, mas
ainda não obteve resposta.
“Ainda estamos muito aquém do nosso normal, com uma ocupação
de cerca de 30%, em janeiro, por exemplo, estava em 55%. Com os
eventos, teríamos mais uma alternativa para aquecer nosso
mercado”.
Régis Medeiros
presidente da ABIH-CE
Expansão dos horários
Com
permissão de funcionamento de 10h às 21h, o setor de bares e restaurantes
mantém a demanda para a expansão do horário para até 23h.
Conforme Taiene Righetto, presidente da Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes (Abrasel-CE), essa faixa de horário concentra a maior
parte da renda do setor.
“Nossa perspectiva é que, passadas três semanas com o mesmo
decreto, acreditamos que esta semana tenhamos uma maior flexibilização com a
melhora dos índices da Covid-19 no Ceará. Essa é a nossa maior demanda no
momento”.
Taiene Righetto
presidente da Abrasel-CE
O
presidente da Abrasel pontua ainda que as últimas semanas não têm sido boas
para o segmento, pois há uma falta de dinheiro na economia.
"Não está circulando. O nosso movimento está muito baixo e com apenas 60%
do setor funcionando. Além disso, o faturamento está bem menor que no retorno
do ano passado".
Outro
setor que pode ser impactado com essa ampliação é o de hotéis. “Estamos
aguardando é que o horário dos restaurantes seja estendido, além do
funcionamento do Beach Park para não-hóspedes, os quais teriam um
impacto muito positivo no turismo”, argumenta o presidente da
ABIH.
Volta dos cinemas e teatros
Desde a
semana passada, o comércio pleiteia a reabertura de cinemas e teatros,
uma vez que há estabilização dos indicadores de saúde.
“Nem que
seja com 30% da capacidade, mas com todos os protocolos sanitários, pois geram
emprego e renda. Além disso, os localizados em shoppings centers promovem uma maior
movimentação nas lojas”, explica o presidente da Câmara de
Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL Fortaleza), Assis Cavalcante.
De acordo
com Cavalcante, o horário atual de abertura do comércio,
que pode atuar de 10h às 19h no caso das lojas de rua e de 12h às 21h
no caso dos shoppings, tem funcionado para o setor embora o movimento
ainda não esteja próximo da normalidade.
“A situação está melhorando, mas não como 2019, por exemplo.
O consumidor está apto para comprar, mas tem muita gente com medo ainda. Só no
Centro da cidade, mais de 200 mil pessoas se deslocavam para lá de ônibus,
atualmente esse número não chega a 100 mil".
Assis Cavalcante
presidente da CDL Fortaleza
Comércio no Dia dos Namorados
O Dia dos
Namorados, comemorado no dia 12 de junho, deve ajudar a aquecer o
mercado, segundo Cavalcante. Para o presente da CDL, a data tem
sido melhor até que o Dia das Mães pois são dois presentes
comprados.
“O ticket
médio, valor médio das vendas, está em torno de R$ 100 a 200. As pessoas estão
procurando bastante por roupas, perfumes, relógios, principalmente. Então as expectativas
estão ótimas”, revela.
(Diário do Nordeste)
(Foto: Shutterstock)
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