Quadra chuvosa termina com desvio negativo de 15,4% em relação à média.
O Ceará apresentou desvio negativo de 15,4% nas chuvas do
período entre fevereiro e maio deste ano, conforme balanço divulgado, por meio
de live no YouTube, pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme) na manhã desta quarta-feira (2).
Conforme a climatologia do Estado, a média para o
quadrimestre é de 600,7 milímetros, enquanto o observado foi de 508,3 mm. O
cenário de precipitações reduzidas e irregulares já era esperado pela Funceme,
conforme prognóstico divulgado em janeiro deste ano.
“No primeiro mês da quadra, tivemos uns dias excelentes de
chuva, quando houve uma boa distribuição espacial da chuva. Na ocasião, o sul e
o oeste do Estado ficaram acima da média”, comenta o presidente da Funceme,
Eduardo Sávio Martins.
Com os dados de fevereiro, o Ceará acabou fechando o mês
dentro da normalidade, com um desvio de 6,2%. Já em março e abril, houve
redução. As informações do Calendário de Chuvas apontaram desvios negativos de
7,3% e 33,5%, respectivamente.
“Houve alguns dias com boas chuvas, mas diferente do cenário
do mês anterior, com o Litoral de Fortaleza um pouco mais chuvoso. No fim,
acabou ficando abaixo da normalidade. Já no mês de abril, em termos de
categoria observadas, nós tivemos uma grande porção do Ceará com precipitações
abaixo da normalidade e algumas pequenas áreas acima”, diz Martins.
Situação
hídrica
Com o
término do principal período de chuvas do Ceará, o cenário hídrico segue
preocupante. O Castanhão, por exemplo, tem apenas 13% da sua capacidade total.
O
secretário dos recursos hídricos, Francisco Teixeira, classificou a live como
um processo de transparência da política de recursos hídricos do Estado. “Nós
temos alguns portais e aplicativos que se pode acompanhar diariamente como se
encontra os aportes dos nossos açudes monitorados, como foi as chuvas em cada
região além de outras informações que ajudam a entender o cenário hídrico do
Ceará. A live de hoje serve como um balanço dessas informações”.
Teixeira
continuou frisando o prognóstico assertivo da Funceme no início do ano. “Já
estava previsto que as chuvas em 2021 seriam mais escassas e agora, após o fim
da quadra chuvosa, se confirmou. Alguns reservatórios foram favorecidos com
chuvas pontuais e inclusive houve recuperação de barragens”.
Com
apenas 30% (em média) de sua capacidade, os 155 reservatórios monitorados pela
Cogerh permanecem em situação de alerta. Contudo a situação varia de acordo com
cada bacia hidrográfica. “Aquelas bacias situadas mais ao Norte (próximas do
Litoral e a Ibiapaba) encontram-se em situação que podemos chamar de
confortável. Já as bacias da porção central do Ceará preocupam. E é justamente
nessa região que estão os grandes reservatórios: Castanhão, Orós e Banabuiú”,
diz João Lúcio Farias, presidente da Cogerh.
“A bacia
do Salgado também teve uma boa recuperação nessa quadra chuvosa”, completa o
João Lúcio. Ainda segundo o presidente da Cogerh, as águas do Projeto São
Francisco estão sendo transferidas para o Sistema Metropolitano para reforçar a
garantia hídrica na Grande Fortaleza.
(FUNCEME)
(Foto: Marciel Bezerra)
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