O uso do celular tem excedido o limite do recomendado até mesmo no trânsito.
Isso fica ilustrado na pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de
Medicina do Tráfego (Abramet), nessa quinta-feira, 12, que mostra que pelo
menos 4.700 casos de infrações de trânsito por uso de celular foram
registrados no Ceará, no ano de 2021.
No Estado, os meses que
mais tiveram ocorrências foram fevereiro e março, com 2.340 e 1.342
ocorrências registradas, respectivamente. Os dados são compilados através
do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), com a coordenação
do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
A finalidade do Sistema é
criar a base nacional de infrações de trânsito e proporcionar condições
operacionais para o registro das mesmas, viabilizando o processamento dos autos
de infrações, das ocorrências e o intercâmbio de informações.
No âmbito nacional,
o Ceará é o 11º estado brasileiro na lista de infrações de trânsito por
uso de celular. No Brasil, cerca de 675 condutores se arriscam todos os
dias ao utilizar o aparelho enquanto dirigem, conforme a pesquisa.
Os dados mostram que, a
cada hora, 28 condutores negligenciaram a atenção ao volante no País,
reforçando uma das principais causas de sinistros de trânsito. O levantamento
divulgado pela Abramet mostra ainda que, em todo o País, pelo menos 250 mil
condutores foram flagrados utilizando o celular no trânsito em 2021, colocando
as próprias vidas e de outros em risco.
Entre os estados
brasileiros que acumulam os maiores números desse tipo de infração, São Paulo
lidera concentrando mais de 22% dos registros em 2021, com 91.362 ocorrências.
Em seguida, vêm os estados de Minas Gerais e Goiás, com 30.843 e 16.971
infrações contabilizadas, respectivamente.
Mesmo sabendo que dirigir
exige do condutor atenção totalmente dedicada ao trânsito, é comum flagrar
motoristas falando ao telefone, utilizando aplicativos de mensagens ou mesmo
acessando redes sociais enquanto trafegam em vias de todo o País.
Maio
Amarelo: um alerta da Abramet
O médico da Associação e
especialista em Medicina de Tráfego, Áquilla Couto, explica que os perigos
de usar o celular no volante estão relacionados à função mecânica e prática da
condução. "O celular na mão impede que você fique com as duas mãos no
volante; além de desconcentrar o condutor com relação à própria mecânica da
direção, de trocar de marcha."
"Se uma pessoa
estiver a 100km/h, quando ela desligar o celular, pelo menos 90 metros
precisarão ser percorridos para que ela recupere o total domínio da atenção.
Isso é caracterizado como o efeito 'pós-chamada'. Quatro segundos após uma
chamada, a nossa mente ainda fica focada no assunto estabelecido segundos atrás
no celular. É muito importante que a atenção não seja dividida com o uso do
smartphone, sendo prioritariamente destinada à direção veicular”, conta o
médico.
Por fim, Áquilla relata
que as melhores medidas para tentar reverter essa situação é fazer com que
o condutor entenda a gravidade deste uso e o quanto isso impacta na
direção veicular. "É claro que a presença das infrações acelera e instiga
o condutor à mudança de comportamento durante a direção, mas a educação é a
medida mais efetiva para diminuir esses números que a gente tem visto."
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