Açudes do Ceará chegam ao último trimestre de 2022 com maior volume em sete anos
Os açudes do Ceará
iniciam o último trimestre do ano com o maior volume observado nos últimos
sete anos nesta mesma época. De acordo com informações do Portal Hidrológico,
da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Estado tem 35,1% da
capacidade de água preenchida. Também neste início de outubro, dois
reservatórios de pequeno porte da Região Metropolitana de Fortaleza ainda
sangram, mesmo após quatro meses do fim da quadra chuvosa.
Pelo menos 23 açudes ainda estão com mais de 90% da capacidade preenchida. O
Penedo, localizado em Maranguape, na bacia hidrográfica metropolitana, é um
deles. O agricultor Daniel Lima, 44, lembra da diferença no volume na mesma
época do ano passado, quando o açude estava com 80% da cota máxima. “Ano passado
nesse período ele tava lá embaixo”, afirma, apontando para as águas do açude.
Apesar do grande aporte percebido pela população, que utiliza o açude para
consumo humano e na agricultura familiar, Daniel afirma que o Penedo “não
sangrou” em 2022. No entanto, a informação oficial da Cogerh é de que o açude
estava sangrando desde maio até o dia 3 de outubro.
“Não quer dizer que tá saindo muita água do vertedouro. Se [o açude] está na
cota máxima e ele sobe meio centímetro, ele já está no processo de sangria, mas
o volume de água que sai é muito pouco, então visualmente ele não causa um
grande impacto”, explica o diretor de operações da Cogerh, Bruno Rebouças.
O que o volume atual representa
Afinal, ainda ter açudes de pequeno porte e um volume de 35% da capacidade
hídrica preenchida significa que o Ceará está em uma situação confortável de
abastecimento? Para Bruno, isso varia entre as regiões hidrográficas do Estado.
Em um nível local, ter muita água em açudes da região Metropolitana é
importante para membros das comunidades que moram próximo dos reservatórios,
como Daniel.
“Um açude ainda estar sangrando não representa que a gente tem muita água. Os
açudes que primeiro vertem e mantém o vertimento por muito tempo normalmente
são os pequenos reservatórios”, afirma o diretor. Açudes grandes como o
Castanhão, que abastecem diversas regiões do Estado, têm mais impacto na
segurança hídrica.
“O Castanhão hoje está na casa dos 22% [de volume]. Ele está melhor do que nos
últimos anos. Ano passado nessa mesma época ele estava com 10%. Agora está com
um pouco mais que o dobro, mas está muito aquém de um volume confortável”, diz.
Embora algumas regiões hidrográficas ainda registrem bom volume de águas, como
Acaraú (76,2%), Baixo Jaguaribe (87,74%), Coreaú (81,01%), Litoral (67,23%),
Salgado (51,65%) e Serra da Ibiapaba (57,1%) — todas com mais de 50% de
capacidade — as bacias que contêm os reservatórios responsáveis pela maior
parte do abastecimento do Estado não estão em níveis satisfatórios.
“Sempre que passa a quadra chuvosa, a gente reúne os comitês de bacia para
definir a operação dos reservatórios, sempre em nome da segurança hídrica. A
gente tem hoje regiões que tem uma operação menos restritiva, e têm regiões,
como é o caso do Banabuiú, com operações mais restritivas”, relata. A bacia do
açude Banabuiú é a que tem menor porcentagem de água, com apenas 11%.
(Sobral Portal de Notícias)
(Foto: Reprodução)
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