Ceará inclui disciplina sobre Cidadania e Controle Social na grade do ensino médio
Uma nova disciplina eletiva, chamada "Formação para Cidadania e
Controle Social", entrará para a grade curricular da rede
estadual de ensino do Ceará a partir de 2023. Inicialmente, o
componente será disponibilizado para os estudantes das escolas de tempo
integral, do 1º ao 3º ano do ensino médio. O ensino será implementado por meio
de um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria da Educação (Seduc) e o
Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Com foco no
desenvolvimento do pensamento crítico, a nova disciplina propõe uma abordagem
didática sobre os conceitos básicos da administração pública, apresentação das
principais atribuições das cortes de Contas e debate sobre ferramentas de
transparência e controle social. A oferta será eletiva, o que permite ao
estudante a opção de cursar ou não a disciplina.
Segundo a Seduc, a
iniciativa será pioneira no Brasil. A titular da pasta, Eliane Estrela, destaca
que o incremento da disciplina favorece a formação social, indo além da
perspectiva conteudista dos componentes curriculares obrigatórios. "É uma
disciplina que abre oportunidade de desenvolvimento, além do aspecto
curricular, para um conhecimento mais amplo com vistas ao pleno exercício da
cidadania."
A disciplina poderá ser
ministrada por professores de quaisquer áreas do conhecimento, basta que o
docente participe de capacitações que serão promovidas pelo Instituto Plácido
Castelo (IPC), entidade vinculada ao TCE. "O professor que se sentir
preparado para assumir a disciplina, terá essa possibilidade", explicou a
secretária. Além das aulas teóricas, a oferta da disciplina inclui a
possibilidade de o Governo do Estado apoiar iniciativas dos estudantes
relacionadas ao controle social dos gastos públicos.
O presidente do TCE,
Valdomiro Távora, pontua que a inserção da disciplina na grade curricular
fortalece a transparência pública. "[A iniciativa] Proporciona mostrar
para a juventude ferramentas para entender como é usado o dinheiro público e
qual o papel do Tribunal de Contas do Estado", assinala. Para o
conselheiro, a introdução do tema em sala de aula vai despertar nos
estudantes um maior interesse pelo acompanhamento e fiscalização dos gastos
públicos.
A governadora Izolda Cela
(sem partido) pontua que a nova disciplina cumpre papel social relevante e deve
impactar diretamente no aprimoramento das práticas de gestão pública nos
próximos anos. “Quanto mais entendimento sobre isso, mais
responsabilidade. No sentido de acompanhar e compreender um orçamento público,
que é feito de escolhas, porque dificilmente é possível dar conta de todas as
importâncias. E também que os jovens tenham consciência dos seus deveres, para
valorizar aquilo que é realizado através do investimento público."
O ensino de temas
transversais, fora da grade curricular obrigatória, está previsto na
legislação educacional brasileira. No Ceará, os estudantes têm à disposição um
rol de quase 90 disciplinas, dentre elas educação financeira, cabelo
e maquiagem, história local, comunicação e oratória e educação fiscal.
De acordo com a
Coordenadoria de Educação Continuada, Extensão e Pós-Graduação da Seduc, a nova
disciplina terá carga horária de horas/aula, sendo ministrada ao longo de todo
o semestre letivo, com duas horas/aula por semana.
(O Povo- Online)
(Foto: THAÍS MESQUITA)
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