18 equipes de escolas públicas cearenses chegam à final da Olimpíada Brasileira em História do Brasil
O Ceará tem 18 equipes da rede pública estadual de ensino
na final da 16° edição da Olimpíada Brasileira em História do Brasil
(ONHB). Ao todo, 93 equipes, de escolas públicas e particulares,
representarão o Estado na final realizada no próximo dia 24 de agosto, na
Universidade de Campinas (Unicamp).
As 18 equipes da rede pública são provenientes de 15 unidades de ensino,
dispostas em 13 municípios cearenses (veja lista abaixo). Dessas, apenas
três escolas conseguiram colocar mais de uma equipe na final: EEMTI
Antônio Geraldo de Lima; 4º Colégio da Polícia Militar do Ceará Ministro Jarbas
Passarinho e EEFM Parque Presidente Vargas. Cada uma dessas unidades teve duas
equipes selecionadas.
Para os estudantes da Escola Antônio Geraldo de Lima, em Itaitinga, a conquista é um feito ainda mais significativo
porque dos seis estudantes classificados, cinco são estreantes na Olimpíada.
Gustavo Cavalcante, Yasmin Sales, Nicolas Almeida, Lucas Pereira e
Rodrigo Ferrer, todos de 17 anos, contam que foram inspirados pelos professores
a conhecer a disputa e ficaram cada vez mais motivados à medida que foram
passando de fase.
“Me inscrevi, comecei a pesquisar, porque esse é o intuito da ONHB, você
pesquisar e ampliar o seu conhecimento. Eu gostei, achei bem interessante. Teve
conteúdos que eu tinha estudado sobre, nunca mais tinha visto, e acabei
revendo. Gostei bastante dessa olimpíada porque, querendo ou não, ela além de
nos trazer conhecimentos antigos, nos traz conhecimentos novos”, conta Gustavo,
da equipe “The Caps”.
Percurso até a final
Para chegarem à final, os estudantes de Itaitinga passaram por cinco
fases que envolveram solução de questões, transcrições de cartas antigas,
análise de imagens e objetos voltados ao ensino de História. Com três
integrantes cada, as equipes precisaram discutir entre si durante as semanas de
resolução de cada etapa, sob a orientação dos professores Alisson Alves e
Dennis Alonso.
Dennis, inclusive, conta uma experiência específica, na quarta fase,
quando eles precisaram transcrever uma carta antiga. Segundo o professor de
História, este foi um dos momentos mais complicados, mas também o divisor de
águas para a classificação.
“A gente teve que fazer um sacrifício, sacrifício pessoal mesmo, de
abdicar de fim de semana, fazer reunião via WhatsApp, chamada de vídeo… Quando
saiu o resultado e nós vimos que estávamos dentro, foi nesse momento que a
chave virou”, lembra.
Essa é uma opinião compartilhada por alguns
dos participantes. Letícia, única integrante da EEMTI Antônio Geraldo de
Lima com experiência na ONHB, lembra que na primeira tentativa foi eliminada
justamente nessa fase.
“Na primeira eu cheguei até a quarta fase, que pra mim é uma das piores
fases, porque é muito difícil transcrever esse documento tão elaborado. Fiquei
com bastante interesse em participar pela segunda vez, chamei amigos meus para
participar e estou bastante feliz porque alcancei o objetivo”, relata a
estudante.
A etapa é lembrada por Catarina Lacerda, 16, estudante da EEFM
Parque Presidente Vargas, única escola da Capital a classificar dois times para
a final. A estudante afirma ter encarado essa e outras fases como um desafio
que a motivou ainda mais.
"As tarefas são incríveis, as provas são incríveis, são extremamente
instigantes... O fato de não saber se você vai passar para as outras fases é
uma sensação indescritível", pontua a finalista.
Neste ano, assim como em outras oportunidades, a maioria das escolas
cearenses na final da ONHB é da rede particular de ensino. O professor Alisson
já havia chegado à final em 2018 com uma equipe de instituição privada. Desta
vez, ele conta que pelo menor número de recursos disponíveis, a celebração é
ainda maior.
“O gostinho de estar em uma escola da Região Metropolitana de Fortaleza,
não na Capital, e conseguir classificar duas equipes, até mais que duas escolas
privadas, é assim, de mel. Muito doce”, comenta o professor.
Ceará reafirma tradição na ONHB
Pelo terceiro ano consecutivo, o Ceará tem o maior número de
representantes na final da Olimpíada Brasileira em História do Brasil, que
nesta edição conta com 340 grupos espalhados pelos 26 estados e Distrito
Federal. A última vez que o Estado não teve a maioria de estudantes foi em
2021, quando teve 56 times, ficou atrás de São Paulo e do Rio Grande do
Norte, ambos com 58 equipes.
Na escola Parque Presidente Vargas, por exemplo, as equipes classificadas
têm finalistas da edição passada. Após repetir o êxito do último ano, os
estudantes celebram o apoio recebido na instituição e a vaga conquistada de
forma consecutiva.
"É um orgulho para a gente. Ir para Campinas de novo é um sonho
realizado na minha vida. Nunca imaginei que iria para uma final, principalmente
de uma olimpíada a nível nacional. Como falei, é um sonho realizado na minha
vida e na história do PV. Saber que nossos nomes vão ficar marcados aqui é um
orgulho", comenta Elias Gabriel, 16, finalista das edições recentes.
Nesta edição, 27% dos finalistas são de escolas do Ceará. Em comparação,
os times cearenses somam mais que o dobro do segundo estado colocado, Bahia,
que enviará 43 equipes para a decisão da ONHB, e o triplo do terceiro,
Pernambuco, que terá 31 trios na final.
Com 8.781 equipes inscritas na competição, o Ceará teve o segundo maior
número de participantes em geral, atrás apenas de São Paulo, que registrou
mais de 13 mil equipes.
O professor de História da Escola Parque Presidente Vargas e
responsável pelas equipes, Francisco Paulo, aponta o Ceará como uma potência na
Olimpíada de Hístória, a partir dos resultados obtidos ao longo dos anos.
"Sinceramente é porque nós do Ceará, a cada ano demonstrando que
podemos liderar, e a gente está liderando esse ranking, a gente quer ganhar, de
fato. Não é só para estar na final. A gente tenta mesmo de qualquer maneira vencer.
E não só vencer, mas mostrar para os estudantes da rede pública e privada de
ensino que eles podem, sim, chegar à final", conclui.
Alunos terão nova experiência em
Campinas
Durante dois dias, os estudantes poderão participar de eventos da ONHB em
Campinas, como as provas individuais da competição, para as quais devem
realizar inscrição prévia.
O teste é utilizado para o edital “vagas olímpicas”, no qual os
participantes, de acordo com seu desempenho na prova, podem concorrer a vagas
no curso de graduação em História da Universidade sem precisarem fazer
vestibular.
Além disso, este ano também tem como novidade as bolsas de Iniciação
Científica Júnior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), para estudantes de escolas públicas que tiverem participado
da ONHB.
Os alunos serão selecionados de acordo com os critérios estabelecidos
pelo CNPq. As bolsas têm valor de R$ 300 mensais e duração de 12 meses. Como
contrapartida, os contemplados deverão participar de, ao menos, um dos projetos
da ONHB realizados em 2024 e 2025.
Confira lista das escolas da rede estadual cearense classificadas
para a final
- Escola de Ensino Médio em Tempo
Integral (EEMTI) Antônio Geraldo de Lima (duas equipes);
- EEMTI Albaniza Rocha Sarasate (uma
equipe);
- Escola Estadual de Educação
Profissional (EEEP) Francisca Castro de Mesquita (uma equipe);
- EEEP Antônio Rodrigues de Oliveira
(uma equipe);
- EEEP Deputado José Walfrido
Monteiro (uma equipe);
- 4º Colégio da Policia Militar do
Ceará Ministro Jarbas Passarinho (duas equipes)
- Escola de Ensino Médio (EEM) Doutor
César Cals (duas equipes);
- Colégio Militar do Corpo de
Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz (uma equipe);
- Escola de Ensino Fundamental e
Médio (EEFM) Parque Presidente Vargas (duas equipes);
- EEFM Dona Júlia Alves Pessoa (uma
equipe);
- EEEP Doutor Salomão Alves de Moura
(uma equipe);
- EEMTI Casimiro Leite de Oliveira
(uma equipe);
- EEEP Aderson Borges de Carvalho
(uma equipe);
- EEM Joaquim Magalhães (uma equipe);
- EEEP Antônia Nedina Onofre de Paiva
(uma equipe).
(O Povo- Online)
(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
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