Casos de coqueluche: é preciso vacinar para prevenir possível surto no Ceará
Com o aumento dos casos de coqueluche no Brasil,
a preocupação com um possível surto no Ceará
cresce. No último dia 27 de julho, a primeira morte pela doença em três
anos foi confirmada no País, sendo a vítima um bebê de seis meses, natural do
Paraná. A vacinação, disponível no SUS para crianças menores de 5 anos, o
principal grupo de risco, é a principal medida para evitar a propagação da
doença.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), até 22
de julho de 2024, foram registrados 339 casos de coqueluche no Brasil, um
aumento de 56% em relação aos 217 casos de 2023. Já no Ceará, conforme dados da
Secretaria de Saúde do Estado, o número de casos da coqueluche têm se mantido
baixo.
Série
histórica de coqueluche no Ceará:
A coqueluche, também chamada de “tosse brava”
ou “tosse comprida”, é caracterizada como uma infecção respiratória grave
causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela é transmitida principalmente
pelo contato direto com gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar. O
principal sintoma da doença são episódios de tosse incontroláveis.
Em crianças, principal grupo de risco, as
crises podem levar à má oxigenação do sangue e, por consequência, à morte. A
principal forma de prevenção contra a coqueluche, conforme o infectologista
pediátrico Robério Leite, do Hospital São José de Doenças Infecciosas, é a
imunização com a vacina pentavalente e a DPT.
“Se garantirmos uma boa cobertura vacinal nos
grupos prioritários, como crianças até 5 anos de idade e gestantes, podemos
conter os casos graves da doença”, disse o infectologista.
Ele aponta, no entanto, que a contenção de um
surto é um desafio. “A globalização e o transporte aéreo facilitam a
disseminação de doenças. Vimos na Europa um aumento significativo de casos de
coqueluche, que se espalharam para o Brasil como um efeito dominó”.
As vacinas contra coqueluche integram o
Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. O esquema
vacinal primário nos bebês é composto por três doses, aos 2, 4 e 6 meses, com a
vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite
B e Haemophilus influenzae tipo b.
As doses de reforço com a vacina DTP (contra
difteria, tétano e coqueluche), conhecida como tríplice bacteriana, são
aplicadas com 15 meses e 4 anos. Além de bebês, gestantes e puérperas (mulheres
no período de seis a oito semanas após o parto) podem receber a vacina.
Em todo o Brasil, a meta de cobertura da
vacinação contra a coqueluche é de 95%. Até 1° de agosto, o Ceará
contabiliza 92,32% da vacina Pentavalente e 92,36% de cobertura vacinal com o
imunizante DTP.
Sintomas
da coqueluche
O infectologista Robério Leite explica que
identificar casos suspeitos também é fundamental nesse momento. “Quando ocorre
um caso, deve-se investigar quantas pessoas tiveram contato com o paciente para
fazer um bloqueio, tanto com vacinas quanto com o uso de antibióticos”.
Ele alerta para os sintomas, que podem se
assemelhar com outras doenças respiratórias. “No final das crises de tosse, que
acontecem várias vezes por dia, as crianças apresentam um som que parece um
guincho. Às vezes, até vomitam”, comenta o especialista.
Esse esforço ao tossir pode levar à
hemorragia cerebral, além de convulsões durante os episódios de falta de ar.
“Isso ocorre mais em bebês, mas também pode ser grave em adultos, especialmente
nos idosos”, adverte o infectologista Robério Leite. Por isso, logo nos
primeiros sintomas em pessoas do grupo de risco é de grande importância se
dirigir a uma unidade de saúde.
Os adultos, apesar de vacinados e de, em
geral, não apresentarem sintomas mais graves que tosse persistente, podem
transmitir a bactéria para pacientes mais vulneráveis. “Essas pessoas podem
acabar transmitindo a doença para os bebês e gestantes, daí a importância da
vacinação".
Campanha de
vacinação em Fortaleza
A maior parte dos casos de coqueluche
identificados no Ceará foram de pacientes de Fortaleza.
Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nos últimos
5 anos, até 2 de agosto de 2024, foram 5 casos confirmados:
Conforme a SMS, de janeiro a junho de 2024,
14.465 doses da vacina pentavalente foram aplicadas no Município. Na Capital, a
vacina está disponível em todos os 118 postos de saúde.
(O Povo- Online)
(Foto: FERNANDA BARROS)
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