Arboviroses: combate ao Aedes aegypti deve ser reforçada no período chuvoso
Com o
início do período de chuvas no Ceará, aumenta o risco de proliferação do
mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Apesar de as perspectivas
não serem de alerta, com cenário de baixa transmissão e surtos isolados, como
em 2024, especialistas da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) destacam que é
importante ficar alerta aos sintomas, formas de combate ao mosquito e os
perigos da automedicação.
A
coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep), Ana
Cabral, pontua que as três arboviroses apresentam sintomas semelhantes, como
febre, manchas vermelhas e dor no corpo. No entanto, a dengue é a que tem o
maior potencial de agravamento e de levar a óbito. “Os casos de zika podem
apresentar manifestações neurológicas e, no caso de gestantes, pode causar
malformações no feto. A doença chikungunya tem a fase aguda e a crônica que
pode causar dores articulares e essas, podem se prolongar por meses”, explica.
Todos os
anos, a Sesa promove diversas ações, como campanhas de conscientização voltadas
para os coordenadores dos municípios, assim como o treinamento de equipes. “O
monitoramento e vigilância, que ocorrem em tempo real, por meio do IntegraSUS,
também nos permitem uma resposta eficaz e rápida em casos de emergência e de
mudanças de cenário”, destaca.
“Entre as
medidas importantes para prevenir a reprodução do mosquito transmissor das
arboviroses, está a limpeza dos ambientes, especialmente ao redor das casas e
nos quintais. Por isso, é importante estar sempre alerta para medidas de
prevenção como manter a caixa d’água fechada e a limpeza de calhas, por
exemplo”, alerta a gestora.
Além da
limpeza dos ambientes externos, outras ações que podem ajudar na prevenção da
dengue, chikungunya e Zika é a instalação de telas em portas e janelas e o uso
de repelentes. Na presença de sintomas, como febre alta que não cessa, o
paciente deve procurar um profissional de saúde. “Em caso de febre alta,
manchas e dores no corpo, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais
próxima para fazer a testagem e ser orientada por um profissional de saúde”,
orienta.
Automedicação oferece riscos
A
automedicação é um risco, de acordo com a farmacêutica Karla Deisy Morais
Borges, que integra a Coordenadoria de Políticas de Assistência Farmacêutica e
Tecnologias em Saúde (Copaf) da Sesa. “Alguns medicamentos, como AAS e aspirina
não são indicados, bem como outros anti-inflamatórios como ibuprofeno e
nimesulida. Esses remédios podem agravar sintomas e até ocasionar hemorragias”,
disse.
A
profissional ressalta que chás e outros remédios caseiros também não devem ser
utilizados. “Embora algumas pessoas recorram a esses métodos para aliviar os
sintomas em virtude do fácil acesso, somente o farmacêutico pode orientar o uso
racional de medicamentos e preparações caseiras de plantas medicinais com
validação científica”.
A
farmacêutica também destaca que plantas medicinais aromáticas podem ser aliadas
para repelir o mosquito Aedes aegypti. “Devido à presença de óleos essenciais,
algumas espécies podem repelir os insetos, só de estarem plantadas. Exemplos
são a citronela, a alfavaca, a hortelã, o alecrim-pimenta, o cravo-da-índia e o
manjericão”, pontua.
Os dados
referentes a casos de arboviroses no Ceará já estão disponíveis para a consulta
da população no sistema IntegraSUS, da Sesa. Confira o link aqui. Segundo os
dados desta quarta-feira (5), em 2025, foram notificados 774 casos de dengue no
Ceará, com 85 confirmações. Por todo o ano de 2024, foram 11.991 casos
confirmados.
(Sinal News)
(Foto: Mosquito
macro photography)
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