UFC e IFCE: pesquisadores desenvolvem repelente com proteção prolongada e custo reduzido
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto
Federal do Ceará (IFCE) desenvolveram um novo repelente com nanotecnologia que
promete maior eficácia no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da
dengue, zika e chikungunya.
A fórmula é à base de óleos de linhaça e cravo, utiliza menor quantidade
de princípio ativo, mas garante proteção prolongada, além de ter um custo de
produção reduzido.
A
composição do repelente usa os óleos vegetais para encapsular o
butilacetilaminopropionato de etila, um dos três princípios ativos aprovados
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para repelentes contra o
Aedes aegypti.
Enquanto os produtos convencionais utilizam entre 10% e 20% desse
componente, oferecendo proteção de até 3 horas, a nova fórmula reduz a
concentração para 5% e prolonga o efeito para aproximadamente 5 horas e meia.
Além do tempo de ação ampliado, a inovação pode representar um avanço no
acesso a repelentes, tornando-os mais acessíveis para a população. Isso ocorre
por que os princípios ativos costumam ser os ingredientes mais caros na
formulação dos produtos.
A pesquisadora Louhana Moreira Rebouças, uma das responsáveis pelo
estudo, estima que a nova tecnologia pode reduzir entre 50% e 60% os custos de
produção.
Para chegar ao mercado, o repelente passará por testes clínicos em pele
humana, mas os experimentos em laboratório já demonstraram resultados
promissores.
“A expedição da carta-patente do invento pode ajudar na finalização dos
testes in vivo, que podem ser financiados pela indústria cosmética interessada
em obter o licenciamento da patente”, informa Louhana Rebouças, uma das
inventoras do produto.
A patente expedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(Inpi) traz como titulares a UFC e o IFCE. Como inventores, além de Louhana
Rebouças, da professora Nágila Ricardo e de Thiago Moreira Melo, também participam
Júlio César Rabelo Mesquita Filho, Emília Maria Alves Santos, Caroline de Goes
Sampaio e Maria do Socorro Pinheiro da Silva.
Os pesquisadores aguardam a validação final para que o produto possa ser
disponibilizado ao público e contribuir de forma eficaz no combate às doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti.
(O
Povo - Online)
(Foto:
Ribamar Neto/UFC Informa)
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