PF prende mais dois suspeitos de participar de fraude no INSS
Policiais
federais prenderam, nesta terça-feira (17), em Sergipe, mais duas pessoas
suspeitas de participação no esquema de descontos ilegais em benefícios
previdenciários pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Um
dos investigados foi detido em Aracaju. O outro, em Umbaúba, a cerca de 100
quilômetros da capital sergipana. Os dois estão detidos
temporariamente na superintendência da Polícia Federal (PF), para onde foram
levados para prestar depoimento. Como a investigação está em segredo de
justiça, seus nomes não foram divulgados.
Além das
prisões, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela
3ª Vara Federal de Sergipe, que autorizou os agentes a apreenderem documentos e
equipamentos em imóveis residenciais e comerciais de Aracaju, Umbaúba e também
de Cristianópolis, cidade vizinha a Umbaúba.
Segundo
a PF, foram apreendidos com os investigados cerca de R$ 35 mil em dinheiro e R$
68 mil em cheques. A Justiça Federal também determinou o
sequestro de cinco imóveis que, juntos, valem aproximadamente R$ 12 milhões.
Em nota,
a PF informou que a ação desta terça-feira busca recuperar bens e avançar nas
investigações sobre os descontos indevidos aplicados em benefícios do INSS,
“com foco na recomposição do erário e na responsabilização dos autores”.
Esquema fraudulento
O
golpe nos aposentados do INSS foi revelado no dia 23 de abril deste ano, quando
a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem
Desconto, aprofundando as investigações sobre o
esquema fraudulento de descontos de mensalidades associativas não autorizados
que lesou milhões de aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência
Social.
Na
ocasião, foram cumpridos seis mandados judiciais de prisão temporária e 211 de
busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1
bilhão nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
A
mensalidade associativa é uma contribuição que aposentados, pensionistas ou
pessoas de determinada categoria profissional pagam periodicamente para
integrar uma associação, sindicato ou entidade de classe.
O
desconto em folha a favor das entidades autorizadas a oferecer a facilidade
está previsto na Lei dos
Benefícios da Previdência Social, em vigor desde 1991. A primeira
organização a aderir à modalidade de cobrança começou a receber os valores
deduzidos dos benefícios de seus filiados em 1994. A partir daí, a quantidade
de organizações autorizadas a oferecer o desconto em folha, bem como os valores
movimentados, aumentou ano após ano.
Dados do
INSS e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que, em 2016, o total
nacional de descontos chegou a R$ 413 milhões. Em
2024, esse valor superou a casa do bilhão: R$ 2,8 bilhões. Contudo,
nem o próprio INSS sabe estimar quanto desse dinheiro foi descontado
ilegalmente.
Até
esta terça-feira, mais de 3,38 milhões de beneficiários da Previdência Social
consultaram o Instituto sobre valores descontados de seus benefícios em favor
de 43 entidades. Destes, pouco mais de 3,29 milhões (ou
97,3% do total) afirmaram não ter autorizado as deduções.
Conforme
a Agência
Brasil noticiou, já em 2024, a CGU apontou a
fragilidade dos mecanismos de controle adotados pelo INSS “no âmbito do processamento
dos descontos associativos” e recomendou que o instituto deixasse de efetuar a
cobrança em favor das entidades civis, diretamente das aposentadorias e pensões
pagas a seus beneficiários.
(Sinal News)
(Foto: Agência
Brasil)
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