Ceará registrou 220 transplantes de órgãos no 1º semestre de 2025
Entre janeiro e junho de 2025, o Ceará registrou 220 transplantes de
órgãos, 26 a menos que o mesmo período do ano anterior, com 246. Os dados,
compartilhados no sistema IntegraSUS, apontam o mês de janeiro (2025) na
liderança, com 47 transplantes.
Durante o mês de julho, o Hospital Regional Vale
do Jaguaribe (HRVJ), em Limoeiro do Norte,
realizou a primeira captação do ano na unidade. A ação aconteceu na
terça-feira, 29, e encaminhou um fígado e dois rins para Fortaleza, no Ceará, e
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O
transporte, por meio de aeronaves, foi realizado pela Coordenadoria Integrada
de Operações Aéreas (Ciopaer), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social do Estado do Ceará (SSPDS). Em duas semanas, a coordenadoria foi
responsável por seis missões
de captação de órgãos, a última na quinta-feira, 31.
Em 2024, 15 missões de transporte aéreo de órgãos para transplantes em
diversas regiões do Ceará foram realizadas pela Ciopaer. Na manhã de
quinta-feira, 31, um coração, dois rins e um fígado foram destinados para
unidades de saúde na Capital, após captação no HRVJ.
Transplante de órgãos no CE:
entenda missão de transporte
Na ocasião, duas aeronaves foram usadas para o deslocamento dos órgãos,
considerando o menor tempo de conservação e a urgência exigidos no transporte
do coração. O órgão saiu de Limoeiro do Norte às 9h10min e chegou ao destino,
em Fortaleza, às 9h55min.
O deslocamento dos rins e do fígado iniciou a partir das 10h, com pouso
às 10h45min. O transporte foi realizado em menos de uma hora.
A maioria dos receptores transplantados no Ceará durante os primeiros
seis meses de 2025 foram homens (62,3%), em comparação à porcentagem de 37,7%
do sexo feminino. A faixa etária predominante inclui indivíduos entre 51 e 60
anos.
Evolução total de transplantes por
mês (2025)
- Janeiro: 47
- Fevereiro: 36
- Março: 23
- Abril: 45
- Maio: 42
- Junho: 27
Transplante de órgãos: saiba como
doação funciona
De acordo com o Ministério da Saúde, a doação de órgãos só é realizada no
Brasil após autorização dos familiares. Na prática, apesar do indivíduo ter
afirmado em vida que gostaria de ser doador, caso a família não autorize a
ação, os órgãos não podem ser retirados.
Após a confirmação da morte encefálica, a família é entrevistada por
profissionais de saúde, que informam sobre o processo de doação e solicitam o
consentimento. Os órgãos doados vão aos pacientes que aguardam na lista de
espera, monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Existem dois tipos de doador: o doador vivo e o falecido. No primeiro
caso, qualquer pessoa maior de idade pode realizar a doação de um dos rins,
parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, desde que não prejudique
a própria saúde e considerando a compatibilidade sanguínea nos casos.
O doador falecido se refere a qualquer indivíduo com um diagnóstico de
morte encefálica, AVC, ou morte causada por parada cardiorrespiratória (parada
cardíaca). Nesse contexto, é possível doar os seguintes órgãos: rins, coração,
pulmão, pâncreas, fígado e intestino.
Tempo de isquemia
Cada órgão a ser transplantado possui um “tempo de isquemia”, ou seja, um
período de resistência à falta de circulação e oxigenação sanguínea. Em informe
do Ministério da Saúde, o coração possui o menor tempo, com quatro horas (4h),
enquanto o pulmão pode resistir de quatro a seis horas (4h-6h).
Outros órgãos também possui um tempo de isquemia:
- Intestino: 4 a 6 horas
- Fígado: 12 horas
- Pâncreas: 12 horas
- Rim: 48 horas
(O
Povo - Online)
(Foto:
Freepik)
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