Deputado propõe pena de até 6 anos para adultização digital de menores
Com
a repercussão do vídeo do youtuber Felca nos últimos dias, o deputado federal Zacharias
Calil (União Brasil-GO) apresentou, na última segunda-feira, 11 de agosto,
na Câmara dos Deputados, em Brasília, três projetos de lei para combater a
adultização digital de crianças e adolescentes.
O
PL 3840/2025 propõe incluir no Código Penal um novo crime, com pena de
reclusão de três a seis anos e multa, para quem produzir ou divulgar
conteúdos com sexualização de menores. O texto define o crime como: “Produzir,
dirigir, promover, publicar, transmitir ou permitir que se produza,
por qualquer meio, conteúdo audiovisual, fotográfico ou textual em que criança
ou adolescente seja retratado(a) de modo sexualmente sugestivo ou submetido(a)
à adultização digital, com o fim de obter audiência, engajamento ou vantagem
econômica direta ou indireta”.
De
acordo com o deputado, a adultização digital caracteriza-se pela erotização
precoce, expondo, induzindo ou estimulando menores a simular atos sexuais,
carícias de conotação sexual ou destacar partes íntimas com intuito de
excitação do público. Isso inclui comportamentos, coreografias, encenações ou
falas próprias do universo sexual adulto, incompatíveis com a idade.
O
projeto prevê agravantes, como quando a adultização for promovida por “ascendente,
padrasto, madrasta, tutor, curador, responsável legal ou por quem detenha a
guarda de fato”, aumentando a pena pela metade. Se houver “monetização,
patrocínio, doações ou qualquer forma de remuneração direta ou indireta decorrente
do conteúdo”, a pena é aumentada em dois terços.
Zacharias
Calil, que preside a Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância,
também apresentou os PLs 3841/2025 e 3842/2025. O primeiro estabelece regras
para a participação de menores em conteúdos pagos na internet, alterando o
Estatuto da Criança e do Adolescente. O segundo obriga plataformas a informar
como funcionam seus algoritmos no tratamento de conteúdos com menores e a
adotar medidas para prevenir riscos, dentro do Marco Civil da Internet.
O
deputado menciona, no projeto, o vídeo de Felca, pseudônimo de Felipe
Bressamin Pereira, no qual o influenciador alerta sobre “a presença e
atuação de pedófilos em redes sociais”, especialmente por meio de
conteúdos aparentemente inofensivos, mas com conotação sexual. Ele também chama
atenção para mecanismos de monetização e patrocínios advindos da erotização de
menores. Segundo Calil, o PL 3840/2025 surge como “resposta legislativa
imediata, pois a legislação atual pune com rigor a produção e distribuição
de pornografia infantil, mas não alcança com a mesma eficácia as situações
de erotização precoce que ocorrem em larga escala”.
(Portal folha do
vale)
(Foto: Reprodução)
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