Empresa é interditada em Fortaleza por suspeita de falsificar medicamento para tratamento de câncer
Uma
distribuidora de remédios localizada no Bairro Joaquim Távora, em Fortaleza,
foi interditada por suspeita de comercializar versões falsificadas do
medicamento injetável Keytruda (pembrolizumabe), imunoterápico
de alto custo utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer.
Uma operação realizada
em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outros
órgãos cumpriu um mandado de busca e apreensão na empresa
nesta sexta-feira (15). Equipes de fiscalização já haviam ido ao local na
quarta-feira (13), mas um funcionário impediu o acesso.
Durante o cumprimento
do mandado foram apreendidos lotes falsificados de
Keytruda e de diversos outros medicamentos sem registro na Anvisa, com
prazo de validade expirado e armazenados em condições inadequadas de
conservação.
Após a apreensão, os
fiscais encaminharam o caso ao Departamento de Repressão às Ações Criminosas
Organizadas (Draco), da Polícia Civil, que ficará a cargo das investigações.
A falsificação de
medicamentos é considerada crime hediondo pelo Código Penal,
com pena prevista de 10 a 15 anos de reclusão, especialmente
nos casos dos medicamentos chamados “life saving”, ou seja, considerados de
alta importância para a saúde pública.
A operação foi feita em
parceria com a Secretaria de Saúde do Ceará e a Agência de Fiscalização de
Fortaleza (Agefis), com participação da Polícia Civil do Ceará.
Investigação
Entre os problemas
citados pelo hospital estava o fato da nota fiscal não informar sobre lote e
validade do medicamento. Além disso, a unidade de saúde notou problemas no
transporte, como a falta de controle de temperatura dos produtos e embalagens
com aspecto diferente das embalagens usuais.
A Agência solicitou
esclarecimentos da distribuidora sobre a queixa do hospital de Palmas e
determinou que fosse suspensa a venda de qualquer unidade do medicamento, porém
não teve retorno da empresa.
"Paralelamente, a
detentora do registro do medicamento no Brasil, Merck Sharp & Dohme,
informou não reconhecer o lote citado, com rótulo em inglês e um falso selo de
segurança feito com efeito holográfico e escrito em árabe, tratando-se de caso
de falsificação que foi reportado pela Anvisa à Organização Mundial da Saúde
(OMS)", falou a Anvisa.
Em julho, a Agência
recebeu nova denúncia por parte de um serviço hospitalar de Vitória da
Conquista (BA), que adquiriu da mesma distribuidora unidades do lote YO19148
tendo como data de fabricação 31/07/2024 e validade 30/07/2026.
Assim como na primeira
denúncia, as embalagens eram diferentes da embalagem tradicional do medicamento
e não possuíam o número de registro na Anvisa.
(G1)
(Foto: Agefis/ Divulgação)
Deixe seu comentário
Postar um comentário