Morre Ângela Ro Ro, ícone do rock e da MPB, aos 75 anos no Rio de Janeiro

 



A música brasileira perdeu, nesta segunda-feira, 8 de setembro, uma de suas vozes mais marcantes. Ângela Ro Ro, cantora e compositora de personalidade única, morreu aos 75 anos no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro, onde estava internada desde junho em decorrência de uma grave infecção pulmonar que se agravou nos últimos meses.

Nascida Ângela Maria Diniz Gonsalves, recebeu ainda na infância o apelido que a acompanharia pela vida artística, inspirado na sua voz grave. Desde cedo no piano clássico, construiu uma carreira que desafiou padrões e conquistou público com uma mistura ousada de blues, samba-canção, bolero e rock.

A trajetória profissional começou de forma internacional: em Londres, entre trabalhos como garçonete e faxineira, Angela também se apresentava em pubs. Por indicação do cineasta Glauber Rocha, tocou gaita no disco Transa, de Caetano Veloso. De volta ao Brasil, chamou atenção nas noites cariocas e logo assinou com a gravadora Polygram.

O reconhecimento nacional veio em 1980, com a interpretação de “Amor, Meu Grande Amor”, no Teatro Fênix, que revelou ao grande público uma artista intensa e ousada. A música se tornou um clássico e foi regravada por nomes como Frejat. Outras composições também foram abraçadas por grandes vozes, entre elas Maria Bethânia e Ney Matogrosso.

Influenciada por Ella Fitzgerald, Maysa e Elis Regina, Ângela construiu uma obra marcada pela liberdade e pela autenticidade, além de ter sido uma das primeiras cantoras brasileiras a assumir publicamente sua homossexualidade. Sua vida também foi marcada por altos e baixos, com momentos de excessos, dificuldades financeiras e problemas de saúde.

Nos últimos anos, chegou a recorrer às redes sociais para pedir ajuda e enfrentou longos períodos afastada dos palcos. Sua última apresentação foi em maio deste ano. Paralelamente, colaborava com a produção de um documentário dirigido por Liliane Mutti, ainda em fase de finalização.

Autêntica, irreverente e emocional, Ângela Ro Ro deixa uma obra que atravessa gerações e reafirma seu lugar como uma das figuras mais originais da música popular brasileira.

(Portal folha do vale)

(Foto: Reprodução)

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