Fim da obrigatoriedade de autoescola pode afetar 5 mil empregos no Ceará
O projeto
do Governo Federal que propõe o fim da obrigatoriedade de frequentar autoescola para
obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias A e B gera forte
reação no Ceará. Segundo o Sindicato das Autoescolas do Estado (SINDCFC-CE), a
medida ameaça mais de 365 empresas e cerca de 5 mil
empregos diretos no setor.
A
proposta, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em consulta
pública desde 2 de outubro, pretende reduzir o custo e simplificar o processo
de habilitação. O governo argumenta que o modelo atual é caro e excludente,
deixando milhões de brasileiros sem carteira de motorista. Caso as novas regras
sejam confirmadas, o candidato poderá estudar o conteúdo teórico online e
escolher entre contratar uma autoescola, um instrutor autônomo
credenciado ou preparar-se por conta própria, sem carga horária mínima
obrigatória.
No novo
formato, o processo de solicitação da CNH seria feito pela plataforma da
Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pela Carteira Digital de Trânsito
(CDT). Segundo o Ministério dos Transportes, a flexibilização aumentará a
concorrência e poderá reduzir o valor da habilitação em até 80%.
O SINDCFC-CE,
contudo, classifica a proposta como “populista” e sem
compromisso com a segurança no trânsito. A entidade afirma que tentou diálogo
com o governo, mas não obteve resposta. “Temos propostas para baratear o
processo sem comprometer a formação dos condutores”, diz o sindicato em
nota.
O setor
lembra ainda que o Ceará possui o programa CNH Popular, que oferece
gratuitamente a habilitação a pessoas de baixa renda, com previsão de 35
mil novas carteiras emitidas até 2026.
Atualmente,
tirar a CNH no Ceará custa em média R$ 3.020,97, valor que
coloca o estado em quarto lugar no Nordeste. O governo federal aponta que o
novo modelo segue exemplos adotados em países como Estados Unidos,
Canadá e Uruguai, onde a formação de condutores é mais flexível, mas o
treinamento e a segurança seguem sob fiscalização rigorosa.
Enquanto
o debate avança, o SINDCFC-CE alerta que nenhuma mudança está em vigor e que,
por enquanto, continuam obrigatórias as aulas teóricas e práticas ministradas
pelas autoescolas credenciadas.
(Portal folha do vale)
(Foto: Reprodução)
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