Operação interdita fábricas de cachaça e apreende 216 mil litros de bebidas alcoólicas irregulares em Fortaleza
Uma
ação conjunta entre o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor
(Decon), do Ministério Público do Ceará, e órgãos federais, estaduais e
municipais resultou na interdição de duas fábricas de cachaça e na apreensão de
216 mil litros de bebidas alcoólicas de quatro estabelecimentos com situação
irregular em Fortaleza. A Operação Dose Limpa foi realizada nesta quarta
(22/10) e quinta-feira (23/10), com foco no combate à adulteração e
comercialização ilegal de bebidas destiladas em condições sanitárias
inadequadas. A força tarefa do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da
Receita Federal também contou com a participação da Agência de Fiscalização de
Fortaleza (Agefis), Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Perícia Forense do Ceará
(Pefoce), além das Polícias Civil e Militar.
Foram
alvos da operação quatro estabelecimentos suspeitos de falsificar e/ou
comercializar bebidas destiladas adulteradas: uma indústria e uma fábrica de
menor porte na Maraponga, uma distribuidora de bebidas no Pirambu e o depósito
de bebidas de uma casa de shows no Henrique Jorge. Os estabelecimentos foram
identificados pela Receita Federal e pelo MAPA, que selecionaram empresas sem
registro no MAPA, sem registro especial junto à Receita Federal e com indícios
de sonegação fiscal. Caso sejam confirmadas as irregularidades, os responsáveis
poderão responder pelos crimes de adulteração ou falsificação de produto
destinado ao consumo, bem como por sonegação fiscal.
A
operação também teve como foco garantir a segurança dos consumidores e impedir
a circulação de produtos que representem riscos à saúde pública. “A força
tarefa dos órgãos citados busca proteger o consumidor de produtos impróprios,
especialmente bebidas alcoólicas adulteradas que podem causar sérios riscos à
sua saúde”, explicou o coordenador de Fiscalização do Decon, Adnan Fontenele.
Resultado
Dos
216 mil litros de bebidas alcoólicas apreendidas, 207.162 litros eram de
cachaça, produzidos em indústria sem registro no Ministério da Agricultura e
Pecuária (MAPA) e em condições sanitárias inadequadas. Também foram recolhidos
5.335 litros de conhaque e 3.580 litros de vodka, ambos com suspeita de
falsificação. Além disso, foram apreendidos 5 litros de gin, sendo 1 litro com
selo de IPI falsificado, e 1 litro de uísque também com selo falsificado,
conforme constatado por perícia técnica. Amostras de todas as bebidas foram
coletadas para análise laboratorial.
Outros
materiais também foram apreendidos, incluindo 20 kg de corantes e misturas de
corantes, 50 rolos e 7 caixas de rótulos, além de 1.000 litros de álcool de uso
geral. Durante a operação, uma pessoa foi conduzida pela Polícia Civil.
As
equipes de fiscalização identificaram irregularidades em três bairros de
Fortaleza:
Pirambu:
em um depósito de bebidas, foram constatadas ausência de documentos
obrigatórios (alvará de funcionamento, licença sanitária, certificado do Corpo
de Bombeiros, Código de Defesa do Consumidor e Livro de Reclamações), além da
falta de precificação dos produtos.
Henrique
Jorge: o depósito de bebidas de uma casa de shows apresentava produtos
falsificados, gelo sem origem comprovada, ausência do CDC e do Livro de
Reclamações, além da prática de venda casada.
Maraponga:
dois estabelecimentos foram alvos da operação. Uma indústria de cachaça foi
interditada pelo MAPA por operar sem registro e apresentar irregularidades,
como armazenamento inadequado de etanol, uso de corante caramelo, publicidade
enganosa e ausência de tonéis de bálsamo como informado nos rótulos. No mesmo
bairro, uma fábrica de bebidas mantinha um caminhão-tanque para armazenamento
irregular de bebida e uma sala possivelmente usada para fabricação clandestina.
O caminhão foi lacrado pelo Decon, que também coletou amostras de etanol para
análise e verificação de risco de contaminação.
Em
todos os locais visitados, foram realizados testes pela Pefoce, para detecção
de metanol, não sendo constatada a presença da substância. Também foram
realizadas estimativas da graduação alcoólica dos produtos. Além disso, a
Pefoce constatou a presença de três selos fiscais falsificados. A operação
também coletou amostras das bebidas para análise laboratorial.
(Foto: Reprodução)
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