Reservatórios do Ceará chegam a 40%; Vale do Jaguaribe tem cenário estável

 



Os reservatórios estratégicos do Ceará encerram 2025 com 40,37% da capacidade total, o equivalente a 18,3 bilhões de metros cúbicos de água armazenada. O volume é considerado razoável para o período de pré-estação chuvosa e se mantém semelhante ao registrado no fim de 2024. Apesar do quadro geral estável, o cenário segue marcado pela desigualdade entre as bacias hidrográficas, com atenção especial para regiões do interior do Estado.

No Vale do Jaguaribe, a avaliação é de relativa tranquilidade neste fim de ano. Mesmo com o Açude Castanhão, maior reservatório do Ceará, operando na faixa dos 20%, a bacia do Alto Jaguaribe apresenta maior segurança hídrica graças ao bom desempenho do Açude Orós, segundo maior do Estado, que chegou a sangrar em 2025. Localizado a montante do Castanhão, o Orós contribui diretamente para a recuperação dos níveis do principal reservatório cearense.

Temos um bom volume de água no Vale do Jaguaribe para essa época do ano. O Orós praticamente cheio ajuda a equilibrar a situação do Castanhão”, destaca o diretor-presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Yuri Castro.

Ao todo, 143 reservatórios são monitorados pela Cogerh. Atualmente, 38 açudes operam com menos de 30% da capacidade, enquanto apenas dois, Caldeirões, em Saboeiro, e Curral Velho, em Morada Nova, superam os 90%, evidenciando a distribuição desigual da água no território cearense.

Entre as bacias que mais preocupam estão o Médio Jaguaribe, com 21% da capacidade, o Banabuiú, com 27%, e os Sertões de Crateús, que vivem a situação mais crítica, com apenas 10,4% do volume acumulado. De acordo com a classificação do Conselho de Recursos Hídricos do Ceará, níveis entre 10% e 30% indicam situação crítica de escassez, enquanto volumes abaixo de 10% caracterizam cenário muito crítico.

A bacia dos Sertões de Crateús, formada por municípios como Crateús, Independência, Novo Oriente e Ipueiras, é acompanhada de perto pelo Comitê Integrado de Segurança Hídrica. Entre as medidas adotadas estão a perfuração de poços, especialmente em Novo Oriente, que já chegou a ser abastecida integralmente por água subterrânea durante a última seca. Em Crateús, a principal aposta é a conclusão do Açude Lago de Fronteira, obra do Dnocs que está com cerca de 70% executada e passa por novo processo licitatório após desistência da construtora anterior.

Já na bacia do Banabuiú, historicamente vulnerável, o Projeto Malha D’Água avança e deve, até meados de 2026, abastecer nove sedes municipais e 38 distritos, reforçando a segurança hídrica do Sertão Central. O Açude Banabuiú, terceiro maior do Estado, possui atualmente volume suficiente para garantir o abastecimento humano por três a quatro anos, embora a operação exija cautela caso a próxima quadra chuvosa não traga recarga satisfatória.

No norte do Ceará, a situação é mais confortável. As bacias do Coreaú, Litoral, Curu, Metropolitana, Acaraú e Serra da Ibiapaba operam com mais de 50% da capacidade total.

Apesar dos desafios em regiões específicas, a avaliação geral é de que o Ceará chega a 2026 com condições mais equilibradas, especialmente no Vale do Jaguaribe, onde os grandes reservatórios seguem desempenhando papel fundamental na garantia do abastecimento humano e no enfrentamento dos períodos de estiagem.

(Portal folha do vale)

(Foto: Reprodução)

 

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