Consumidor deve sentir o impacto nos valores de
mercadorias que chegam ao Ceará das regiões Sudeste e Sul
A partir de hoje (31), o consumidor cearense
deverá começar a sentir no bolso o aumento no preço de produtos comercializados
nas unidades da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), localizadas nos
municípios de Maracanaú, Tianguá e Juazeiro do Norte. Com o valor do frete
cobrado pelas transportadoras de 2,5% a 4% mais caro devido à recente alta da
gasolina no Brasil, o repasse do custo será maior nos produtos que vêm das
regiões Sudeste e Sul.
O analista
de mercado da Ceasa, Odálio Girão, informa que os permissionários das unidades
já estão preparados para corrigir os preços das mercadorias provenientes dessas
regiões, embora considere que o esforço dos comerciantes para não repassar o
aumento integral ao consumidor será grande.
Quanto aos
produtos que chegam à Ceasa de localidades cearenses, como Serra da Ibiapaba,
Vale do Jaguaribe, Maciço de Baturité e Região Metropolitana de Fortaleza,
Odálio destaca que os valores deverão permanecer estáveis, ao menos por
enquanto.
"Como
a distância percorrida pelas transportadoras é menor, os custos com logística
também são. Acredito que não haverá aumento. Já para as mercadorias que vêm de
outros estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, a
alta não deve ser tão representativa, se compararmos com os produtos que são
transportados do Sudeste e Sul", observa.
Relação
Na lista
das frutas que vão ficar mais caras, o analista de mercado cita a maçã,
laranja, pera, uva, morango e limão taiti. Atualmente, por exemplo, o quilo da
maçã nacional gala está sendo comercializado na Ceasa por um preço médio de R$
6. A partir desta segunda-feira, com o valor do frete mais elevado, o
consumidor poderá pagar de R$ 0,15 a R$ 0,25 a mais pelo produto. Para a
laranja, a expectativa é que a correção seja de R$ 0,05 a R$ 0,10.
Em relação
às hortaliças, Odálio aponta a cebola, batata inglesa, cenoura, beterraba e
alho roxo. "Com a queda da inflação nos últimos meses, as vendas nas
unidades da Ceasa estavam mostrando melhora. A mudança nas alíquotas do
PIS/Cofins sobre os combustíveis, ao impactar os preços das mercadorias, pode
retrair o consumo. O cliente fica bem mais cauteloso na hora de comprar",
destaca o analista, lembrando que o repasse ao consumidor é ainda maior nos
supermercados.
No grupo
dos cereais vendidos nas Ceasa, os cearenses deverão sentir aumento nos valores
do arroz, feijão carioquinha, farinha e milho. A relação de mercadorias citadas
por Odálio são provenientes de estados como São Paulo, Espírito Santo, Minas
Gerias, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mudança
A decisão
do governo federal em aumentar as alíquotas do Programa de Integração Social
(PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
sobre a gasolina, o diesel e o etanol foi tomada no último dia 20 de julho.
Impacto no bolso
Para o
litro da gasolina, a alíquota passou de 0,3816 para R$ 0,7925. Desde então, o
consumidor vem sentindo o peso no bolso na hora de abastecer. Em Fortaleza, há
postos vendendo o produto por mais de R$ 4, fato que levou o Programa Municipal
de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Fortaleza) a fiscalizar os
estabelecimentos para verificar se existem práticas abusivas na composição dos
preços.
Na
terça-feira (25), o juiz federal substituto da 20ª Vara Federal do Distrito
Federal, Renato Borelli, concedeu liminar que suspende os efeitos do decreto
que elevou as alíquotas de PIS/Cofins cobradas na venda de combustíveis.
Na
quarta-feira (26), porém, o Tribunal Regional Federal (TRF-1), sediado em
Brasília, derrubou a decisão.
DIÁRIO DO NORDESTE
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