País gasta R$ 56,9 bilhões com despesas médicas
ligadas ao tabagismo
O governo federal estuda aumentar o preço do
cigarro para evitar mortes. A declaração foi feita pelo ministro da saúde,
Ricardo Barros, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta
terça-feira (29), data em que é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Questionado se a medida também aumentaria o contrabando de cigarros no País, o
ministro foi enfático:
— Entre 30% e 40% do cigarro no Brasil é
contrabandeado, sob os quais não temos controle de qualidade e matam tanto
quanto os convencionais. Se aumenta o preço, aumenta o contrabando e,
inclusive, é um dos argumentos da indústria. Inevitavelmente isso vai
acontecer, mas é um dos problemas que temos que enfrentar também. Sou
totalmente favorável [ao aumento dos preços].
Se o valor do cigarro aumentasse em 50%, seria
possível evitar 136.482 mil mortes, 507.451 infartos do miocárdio, 100.365 AVCs
(Acidente Vascular Cerebral) e 64.383 novos cânceres em dez anos. O Ministério
da Saúde acredita que esses impactos seriam possíveis porque quem fuma mais é a
população de menor renda.
Ainda segundo o ministério, R$ 56,9 bilhões é o
custo para o Brasil com despesas médicas e perda de produtividade ligadas ao
tabagismo, sendo R$ 39 bilhões apenas com o SUS (Sistema Único de Saúde). O
total de gastos com o cigarro representa 1% do PIB (Produto Interno Bruto)
brasileiro.
A frequência de fumantes é maior na faixa etária
dos 55 aos 64 anos. Atualmente no Brasil, 12,6% das mortes são atribuídas ao
tabagismo, sendo que 428 pessoas morrem por dia por causa do cigarro. O
tabagismo também é responsável por 78% dos cânceres de pulmão.
Menos fumantes
Nos últimos 10 anos, houve redução de 35% no número
de usuários de produtos derivados do tabaco. Salvador é a cidade brasileira com
menor prevalência do cigarro (5%), enquanto Curitiba tem o maior percentual de
fumantes (14%).
Entre as principais medidas adotadas no programa de
combate ao cigarro do Ministério da Saúde se destacam a política dos preços
mínimos, a proibição da propaganda comercial e, em 2014, a proibição de fumo em
locais fechados. Brasil é um dos oito países reconhecidos pela OMS (Organização
Mundial da Saúde) por atingir metas para combate e prevenção ao tabaco. Como
parte da política de combate ao tabagismo, o SUS (Sistema Único de Saúde)
oferece tratamento grátis para os fumantes nas UBSs (Unidades Básicas de
Saúde).
A experimentação entre a adolescentes diminuiu, mas
ainda é alta. Por isso, o próximo passo da campanha contra o cigarro é a
proibição de substâncias aditivas no cigarro. Por isso, o Ministério da Saúde e
o INCA (Instituto Nacional de Câncer) se mantêm a favor da proibição de
aditivos em cigarros que facilitam a iniciação de jovens ao tabagismo, afirma
Barros.
— Precisamos atuar para evitar que principalmente
os jovens façam uso do tabaco.
O fumo passivo também mata. Em 2013, o tabagismo
passivo foi a terceira causa de morte evitável. A primeira é o tabagismo ativo
e a segunda, o consumo excessivo de álcool. O tabagismo passivo pode levar ao
aumento do risco de câncer de pulmão, infarto e outras doenças graves e fatais.
Em 2015, foram registrados 17.972 óbitos atribuídos ao tabaco. Neste período,
houve 42% de diminuição do fumo passivo em ambiente familiar.
R7
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