O programa federal que prevê a transferência de equipamento
militar excedente foi criado há 25 anos, mas foi vetado durante a gestão Obama,
em 2014
O Secretário de Justiça americano Jeff
Sessions anunciou, nesta segunda-feira (28), que o presidente Donald
Trump irá retirar as restrições sobre transferências
de equipamento militar excedente das forças armadas às
polícias locais. As restrições foram instituídas em 2014, pelo então presidente Barack
Obama, após os protestos de Ferguson, no Missouri.
Naquela ocasião, a polícia utilizou veículos táticos
armados para conter o público que protestava a morte
do jovem Michael Brown, de 18 anos, baleado por um policial branco.
Defensores de direitos civis criticaram a atuação da polícia durante a
manifestação.
O programa federal que prevê a transferência de
equipamento militar excedente foi criado há 25 anos, mas desde a
decisão da gestão Obama em 2014, a transferência de certos equipamentos, como
armas e munição de calibre superior a.50 (12,7 mm), foi vetada. Também era
exigido que as polícias locais justificassem a necessidade
do material solicitado.
Ainda não se sabe exatamente quais tipos
de equipamento serão liberados pelo governo federal, já que o
veto incluía materiais que não são de uso comum por forças de polícia.
"Essas restrições foram longe demais", afirmou Sessions em uma
reunião da Ordem Fraternal da Polícia, em Nashville, nesta segunda.
"Nós não colocaremos preocupações superficiais
antes da segurança pública. Nós faremos o melhor para conseguir o que vocês
precisam", disse Sessions a uma audiência de policiais.
O secretário também afirmou que capacetes e
equipamentos de proteção corporal fornecidos pelo programa do Departamento de
Defesa foram responsáveis por salvar a vida de um policial
durante o tiroteio em uma boate em Orlando, em 2016.
Para Sessions, helicópteros e veículos
armados são vitais para resgates de emergência e em
caso de catástrofes. O anúncio das novas regras ocorre semanas após
os protestos de Charlottesville, na Virgínia, que deixou três mortos.
Diário do Nordeste
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