Indústria, comércio e empresas de serviços demonstram
otimismo com a reforma trabalhista, apesar das incertezas das últimas semanas
com reações contrárias por parte de alguns juízes.
"Precisamos de um período para compreender e
identificar o que se altera e o que reforça conceitos que já adotamos mas, sem
dúvida, a reforma trabalhista trará mais segurança jurídica para as empresas, o
que é bastante positivo", informa a direção da Mercedes-Benz.
A montadora tem pouco mais de 8 mil funcionários e
responde a cerca de 3 mil ações trabalhistas. A empresa informa que as equipes
das áreas de recursos humanos e do jurídico estão em treinamento para
interpretar as novas normas.
O diretor da área de Recursos Humanos da ThyssenKrupp,
Adilson Sigarini, diz que a empresa fez várias palestras para explicar a
reforma aos funcionários e acredita em redução de ações trabalhistas no médio e
longo prazos. "Se tiver alguma medida inconstitucional, como alegam alguns
grupos, certamente o Tribunal Superior do Trabalho vai corrigir isso."
Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, acredita que
haverá aumento de empregos em geral. A rede, por exemplo, vai reforçar o número
de funcionários nas lojas para horários e dias de pico por meio de contratos
intermitentes. No fim do ano, também contratará de 8 mil a 10 mil temporários,
"processo que agora será menos burocrático". Rocha acredita que possa
ocorrer alguns "inconvenientes" no início da aplicação das novas
normas, "mas logo as partes vão entender que a reforma é boa para os dois
lados".
Algumas empresas estão se antecipando às novas normas. O
grupo Sá Cavalcante, dono de vários shopping centers, publicou anúncios de
abertura de 70 vagas para trabalho intermitente em Vitória (ES). O salário é de
R$ 4,45 por hora para jornada de 5 horas aos sábados e domingos em lojas do
shopping local. Empresa e sindicato foram procurados, mas não comentaram.
Paulo Canoa, diretor da filial brasileira da Gi Group,
empresa de trabalho temporário, diz que "a lei permitirá que se crie um
ambiente mais seguro para contratar". Segundo ele, desde abril, o grupo
tem notado aumento no recebimento de currículos e no número de vagas.
"Houve aumento de 40% de vagas em relação a 2016", diz.
Para a Ethics, especializada em segurança e vigilância, o
compasso é de espera. "O mercado está apreensivo porque ainda não há uma
decisão de como proceder com as reformas. Alguns juízes trabalhistas defendem a
permanência da legislação anterior e estamos acompanhando as notícias",
diz Waldemar Pellegrino Júnior, sócio do grupo. / As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
Agência Estado
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