Departamento
de Ciência Política da Unicamp planeja implantar, neste primeiro semestre, uma
disciplina no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) para discutir o
impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff (PT), em 2016. A proposta é
semelhante a adotada pela Universidade de Brasília (UnB), mas ainda não foi
definido se a "disciplina do golpe", como foi chamada pela
instituição federal, fará parte da grade oficial ou será oferecida como livre,
aberta ao público.
"O conteúdo vai ser um pouco distinto, tratando
daquele contexto de 2016, tratando das políticas publicas e ações do atual
governo [Michel Temer]", destaca Wagner Romão, chefe do Departamento de
Política da Unicamp.
O curso na UnB recebeu o nome de “O
golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, e terá o
mesmo foco na estadual de Campinas, apesar de discutir também as ações do
governo federal, inclusive no tocante à segurança pública e as eleições gerais.
Segundo
Romão, a proposta tem apoio de ao menos 20 docentes e nasceu em solidariedade
ao professor Luis Felipe Miguel, que ministrará o curso na UnB.
A nova disciplina também é um reflexo das críticas
publicadas, na semana passada, pelo ministro da Educação. Em sua conta no
Twitter, Mendonça Filho criticou a proposta da universidade federal.
“Lamento que uma instituição respeitada e importante como a Universidade de
Brasília faça uso do espaço público para promoção de militância
político-partidária ao criar a disciplina 'O golpe de 2016 e o futuro da
democracia no Brasil'”, disse Mendonça Filho.
Nesta segunda (26), a Comissão de Ética Pública da
Presidência informou que o ministro
terá dez dias para prestar esclarecimentos em processo que
apura se ele cometeu abuso de autoridade no exercício do poder ao se manifestar
contra o docente da UnB.
O G1 entrou
em contato com o Ministério da Educação e Cultura para falar da iniciativa da
Unicamp, mas o órgão informou que não vai comentar o caso. Já a Reitoria da
Unicamp destacou que o IFCH é livre para escolher o conteúdo dado aos alunos.
G1
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