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"Não vou admitir ser chamado de mentiroso", diz Capitão Wagner sobre Governo Bolsonaro
A declaração do deputado cearense ocorre após reunião com o presidente Bolsonaro sobre cortes na educação e o desentendimento gerado depois no próprio governo
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro
na campanha eleitoral em 2018, o deputado federal Capitão Wagner (Pros),
presidente estadual do partido, subiu o tom contra o Governo Federal na
Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (14), após integrantes do Palácio do
Planalto desmentirem a informação de aliados sobre o cancelamento
dos cortes na educação. Ele disse que não admite ser chamado de
"mentiroso".
“Como é
que o líder do Governo na Câmara, o líder do partido do presidente estava
presente (na reunião) e vem a líder do Congresso e diz que é boato? E de quem é
o boato? Quem criou o boato foi o governo, que voltou atrás e depois voltou
atrás de novo, recuou duas vezes. Então quero registrar, com todo respeito que
tenho ao presidente que eu votei, que eu não admito ser chamado de mentiroso.
Ou o ministro está mentindo ou o presidente não ligou para ele. Será que o presidente
forjou a ligação na nossa frente? Tenho certeza que não"
A declaração de Capitão Wagner - um dos
potenciais aliados do Governo Bolsonaro na bancada cearense - ocorreu após ele
participar de uma reunião das lideranças partidárias com o presidente Bolsonaro,
nesta terça.
No encontro, segundo o deputado cearense e o
próprio líder do PSL, delegado Waldir (GO), Bolsonaro telefonou para o
ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou a suspensão dos
cortes no orçamento do Ministério da Educação (MEC).
Horas depois, a ordem de recuo do presidente foi
desmentida pela Casa Civil, pelo Ministério da Economia e pela
líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), que chamou a
informação de "boato barato".
Em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados,
Capitão Wagner cobrou do governo "peito" para dizer que
manterá o bloqueio de recursos do MEC e criticou a falta de
organização do Governo Bolsonaro.
“Ou o
governo se organiza, e eu disse isso na cara do presidente e dos demais
deputados, que (o governo) estava batendo cabeça, que estava batendo cabeça o
PSL, estava batendo cabeça a família do presidente, estava batendo cabeça esse
guru lá dos Estados Unidos, que fica atrapalhando. Ou o presidente assume a
liderança dessa Nação ou, de fato, nós vamos ter um problema grave de falta de
condução desse País"
Aliado?
O discurso do parlamentar irritou aliados do PSL
aqui no Ceará. Questionado sobre qual posicionamento deve manter em relação
ao Governo Bolsonaro, Capitão Wagner disse que é aliado no que for bom, mas que
nenhum parlamentar deve dizer "amém para tudo".
"Sou aliado naquilo que acredito ser bom, como
por exemplo a manutenção do Coaf no Ministério da Justiça, na redução de
ministérios, mas sou independente para criticar o que acredito que não é bom
para o povo. Nenhum parlamentar deve dizer amém para tudo", frisou.
Por Letícia Lima,
Atualizado
às 15:04
(Diário do
Nordeste)
(Foto - Michel Jesus/Câmara dos Deputados)
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