Ceará
Segurança
Baixo efetivo de policiais ambientais dificulta fiscalização no Ceará.
Atualmente, menos de 300 agentes são responsáveis por coibir os crimes contra o meio ambiente. Número não é suficiente para cobrir toda as regiões do Estado e, com isso, muitos animais são vítimas de caça ilegal.
O número de animais apreendidos nos primeiros seis
meses de 2019 representa pouco menos de 4% do total registrado em igual período
do ano passado, conforme levantamento da Polícia Militar do Meio Ambiente do
Ceará. No primeiro semestre deste ano, foram 3.655 apreensões relacionadas à
caça ilegal e crimes ambientais no Estado, contra 3.758 animais aprendidos nos
primeiros seis meses de 2018.
Em média, são mais de 20 animais, a maioria aves,
apreendidos por dia. Diante do alto número, a Associação Caatinga avalia que,
caso o efetivo policial fosse maior, muitos animais, sobretudo os ameaçados de
extinção, não seriam alvos fáceis da caça e venda ilegal. Atualmente, apenas
298 policiais ambientais atuam no combate a crimes ambientais no Ceará. Eles
estão lotados nas três Companhias existentes: Fortaleza, Juazeiro do Norte e
Sobral.
O maior número está concentrado na capital
cearense, 205, na 1ª Cia. No Cariri, são 50 policiais ambientais na 2ª Cia, e
na Zona Norte, 43, na 3ª Cia. O efetivo diminuto deixam desprotegidas,
sobretudo, as unidades de conservação, cujas áreas extensas concentram uma
grande quantidade de espécies nativas.
Caso a fiscalização fosse mais rígida e abrangente,
observa o coordenador de Educação Ambiental da Associação Caatinga, Sandino
Silva, muitos animais vítimas da caça não estariam, hoje, ameaçados de
extinção. "Sabemos que ela (caça) é alimentada pelo comércio ilegal nas
grandes cidades, em feiras clandestinas, e que muitas pessoas com poder
aquisitivo alto encomendam animais silvestres abatidos para servir como
iguaria. A caça é uma prática antiga no Brasil inteiro. Hoje, sabemos que a
motivação é muito mais recreativa do que para a sobrevivência e que a
conscientização daqueles que compram animais silvestres é tão crucial quanto o
trabalho de fiscalização contra a caça".
A tenente Luziane Freire reconhece o limitado
número de oficiais no Ceará e, diante disso, explica que as ações são
estrategicamente desempenhadas em áreas de risco. "Realizamos operações
constantemente nas regiões onde há denúncias dos órgãos ambientais. A
participação da população também é muito importante. As pessoas podem fazer as
denúncias anônimas pelo 190", explica.
Conscientização
Frente a dificuldade de, a curto prazo, aumentar o
efetivo de policiais ambientais, Sandino destaca como alternativa o
investimento em campanhas educativas na área.
"A solução é um trabalho consistente de
educação ambiental, a fim de alertar as pessoas para os malefícios da
caça", pontua o coordenador da Associação Caatinga, ao destacar algumas
espécies da fauna brasileira que estão ameaçadas de extinção, como o tatu-bola,
a onça-parda, o soldadinho-do-araripe e o periquito-cara-suja.
Por Redação,
regiao@verdesmares.com.br
(Diário do Nordeste)
(Foto: NATINHO RODRIGUES)
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