Mauro Filho pede "compreensão" ao pacote de cortes no Governo Estadual.


Segundo o secretário, as medidas buscam preservar a capacidade de investimento do Ceará, que é estimada em R$ 2,8 bilhões anualmente.

Secretário do Planejamento e Gestão, Mauro Filho (PDT) pediu “compreensão” aos servidores e fornecedores do Governo do Ceará. A declaração veio por causa do pacote de cortes de verbas da máquina pública, anunciado na última segunda-feira, 27. Nesta quarta-feira, 29, ele afirmou que o Estado está se resguardando em relação a eventuais “desequilíbrios” econômicos que possam ser refletidos pelo Governo Federal.

No pacote, o Estado deve enxugar R$ 390 milhões do gasto público, bem como suspender concursos e realizar reposição salarial apenas para algumas categorias. Sob determinação do governador Camilo Santana (PT), segundo disse Mauro, o Ceará busca preservar a capacidade de investimento.

“Para não cair na mesma vala comum de outros 18 estados brasileiros que hoje não têm dinheiro para investimento, nem para pagar seus fornecedores e servidores”, declarou o secretário ao jornalista Luiz Viana, na rádio O POVO/CBN, na manhã de quarta-feira, 29. “Peço a compreensão, sobretudo dos servidores e fornecedores do Ceará, porque essa é uma medida temporária. Este é o primeiro ano. Todo primeiro ano você faz ajuste, disciplina gastos, reestrutura receita para que possa ter os três anos subsequentes de bonança”, delineou.

Devido à baixa perspectiva de crescimento da economia brasileira e ao aumento das despesas com pessoal, o governo cearense “acendeu o sinal amarelo” para a questão fiscal. Em alusão às sucessivas reduções da expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), Mauro avisou que o Estado está “se precavendo”.

“A atividade econômica brasileira está caindo. A previsão era do PIB crescer 2,8%, em 2019. O Governo Federal está anunciando oficialmente 1,45%, mas é notório que no mercado as pessoas já falam em 1%”, explicou, informando que esses índices vão afetar tanto a arrecadação federal quanto estadual. “Então estamos nos precavendo para que qualquer decisão de desequilíbrio não seja contaminado dentro do Governo do Ceará”.

Mauro explicou ainda que o custeio do Estado “é muito grande” e que o volume de investimento hoje é de aproximadamente R$ 2,8 bilhões, por ano. “A medida é para racionalizar esse aumento que a gente vem tendo, para que esse gasto possa se adequar. Então a gente vai procurar otimizar. Isso vai desde o terceirizado, sim é verdade, mas vai perpassar por todas as medidas. Vai do papel ao combustível”, exemplificou.

“Em economia, chamamos essa ação de ‘produtividade’, que vai otimizar o custeio para produzir mais. Ou seja, controla, diminui um pouco sem perder a eficiência, que é o grande objetivo que nós desejamos. Estamos conversando e vamos conversar com todos os secretários para compreender onde é mais adequada essa diminuição”, acrescentou.

Wanderson Trindade
(O Povo)
(Foto: Mateus Dantas / O POVO)
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