Nacional
Brumadinho teme nova ruptura de barragem e cobra ações de empresa.
Diante do abandono de uma barragem de rejeitos
minerários, a prefeitura de Brumadinho (MG) realizou ontem (12) uma reunião com
a Emicon Mineração e Terraplanagem, empresa responsável pela estrutura. Na
ocasião, foram cobradas medidas para minimizar os riscos de uma nova tragédia,
similar a que ocorreu no município em janeiro desse ano, quando a ruptura de
uma barragem da Vale provocou mais de 200 mortes. Entre as reivindicações
apresentadas, está a realização de uma avaliação técnica sobre a estabilidade da
barragem e a elaboração de um plano para evacuar moradores do entorno.
"Um levantamento inicial aponta para a
remoção de apenas nove famílias que vivem na área rural da região dos Quéias e
que não há nenhum risco para moradores de áreas urbanas de Brumadinho",
diz um comunicado oficial divulgado pelo município. O texto destaca que a
evacuação já foi determinada em decisão judicial ainda não cumprida pela
mineradora.
Além de agentes da prefeitura e de diretores da
mineradora, a reunião contou ainda com representantes do Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG), da Agência Nacional de Mineração (ANM), da Defesa Civil de
Minas Gerais e das polícias Civil, Militar e Ambiental. Também participaram do
encontro profissionais da Arteris, concessionária responsável pela
administração da Rodovia Fernão Dias, que passa próxima à estrutura.
O MPMG é o autor de uma ação civil pública que
levou à decisão judicial citada no comunicado do município. Em maio de 2019, o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) atendeu parcialmente os pedidos
formulados no processo e determinou que a Emicon se abstivesse de lançar novos
rejeitos na estrutura, elaborasse em três dias um plano para garantir sua
estabilidade, contratasse uma auditoria técnica independente para avaliar as
medidas de reparo e implantasse sinalização das rotas de fuga e um sistema de
alerta sonoro.
"Se faz necessário prevenir, neutralizar e
se mitigarem os riscos sociais e ambientais acima relatados, decorrentes da
insegurança e instabilidade da estrutura de contenção de rejeitos existente no
Complexo Minerário acima especificado", escreveu o juiz Rodrigo Heleno
Chaves. O magistrado também solicitou na ocasião que as Defesas Civis municipal
e estadual e a ANM se manifestassem sobre a necessidade de evacuação. Caso a
medida fosse necessária, a decisão definiu que a mineradora deveria se
responsabilizar por todos os curtos e que as pessoas deveriam ser ouvidas sobre
sua preferências de abrigamento: hotel, pousada ou imóvel locado.
Procurado pela Agência Brasil, o advogado Gustavo Alvarenga, que representa da Emicon, informou em nota que a mineradora "irá cumprir a decisão judicial e removerá as pessoas potencialmente afetadas, ainda que barragem não esteja em eminente risco". Ainda segundo ele, "a empresa há tempos passa por uma situação societária e que somente mais recentemente o seu co-administrador judicialmente nomeado, Sr. Sérgio Lúcio, pôde tomar ciência de tudo que é necessário ser feito".
Procurado pela Agência Brasil, o advogado Gustavo Alvarenga, que representa da Emicon, informou em nota que a mineradora "irá cumprir a decisão judicial e removerá as pessoas potencialmente afetadas, ainda que barragem não esteja em eminente risco". Ainda segundo ele, "a empresa há tempos passa por uma situação societária e que somente mais recentemente o seu co-administrador judicialmente nomeado, Sr. Sérgio Lúcio, pôde tomar ciência de tudo que é necessário ser feito".
O advogado afirma também que há estudos e
verificações em andamento iniciados em junho e a mineradora assumirá suas
responsabilidades. "A Emicon realizou os estudos de estabilidade de
barragem no ano passado, o que demonstra que vem tentando sanar e mitigar todo
e qualquer eventual problema", acrescenta a nota.
(Agência Brasil)
(Foto: Divulgação Embaixada de
Israel)
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