Nacional
Segurança
Ministério da Justiça aponta redução do número de homicídios.
Dados abrangem os 26 estados e o Distrito Federal
Nos primeiros quatro meses de 2019, o Brasil
registrou 3.528 homicídios dolosos a menos que no mesmo período do ano passado.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos primeiros quatro
meses deste ano, 13.142 pessoas foram mortas por alguém que agiu
intencionalmente ou assumiu o risco consciente de matar. É um resultado 21,2%
inferior aos 16.670 casos registrados entre janeiro e abril do ano passado.
A melhora também foi constatada em indicadores de
outros nove tipos de crimes acompanhados pelo Sistema Nacional de Informações
de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) – plataforma de informações
integradas criada em 2012 e que está a cargo da Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp). A base de dados é alimentada pelos estados e pelo
Distrito Federal, responsáveis por lançar os boletins de ocorrência.
Segundo o balanço parcial que o Ministério da
Justiça e Segurança Pública divulgou hoje (13), a maior variação
percentual (-38,5%) foi observada na redução do número de roubos a instituições
financeiras, que caiu de 325 para 200 ocorrências na comparação entre o
primeiro quadrimestre de 2018 e o de 2019.
Dados Nacionais de Segurança Pública
Fonte: www.justiça.gov
Crime
|
1º Quadrimestre 2018
|
1º Quadrimestre 2019
|
Variação percentual
|
Estupro
|
16.220
|
14.015
|
-13,6%
|
Furto de veículos
|
82.342
|
73.183
|
-11,1%
|
Homicídio doloso
|
16.670
|
13.142
|
-21,2%
|
Lesão corporal seguida de morte
|
302
|
286
|
-5,3%
|
Roubo a instituição financeira
|
325
|
200
|
-38,5%
|
Roubo de carga
|
7.930
|
5.763
|
-27,3
|
Roubo de veículo
|
88.104
|
63.852
|
-27,5%
|
Roubo seguido de morte (latrocínio)
|
689
|
525
|
-23,8%
|
Tentativa de homicídio
|
12.713
|
11.626
|
-8,6%
|
O total de latrocínios (roubo seguido de morte)
teve redução de 23,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já as
tentativas de homicídio caíram 8,6%, enquanto o roubo de veículo teve queda de
27,5%.
Os dados do Sinesp também apontam para uma
redução de 13,6% nos estupros e uma queda de 5,3% no número de crimes de lesão
corporal seguida de morte. Ainda segundo o Ministério da Justiça e Segurança
Pública, o furto de veículos diminui 11,1% e o roubo de carga 27,3%.
Para o diretor-executivo da ong Sou da Paz, Ivan
Contente Marques, os resultados reforçam uma tendência que já vem sendo
observada há algum tempo. “De fato, temos visto uma redução nos índices de
criminalidade que vem do ano passado. Outros indicadores como o Atlas da
Violência, do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública já apontavam esta
tendência de queda nos principais indicadores de violência, mas sabemos que
ainda há uma dificuldade enorme na obtenção de dados fidedignos”, disse Marques
à Agência Brasil, destacando a importância do ministério
assumir a atribuição de organizar as informações fornecidas pelos governos
estaduais, sistematizá-las e divulgá-las.
“Temos visto com bastante esperança e alegria
esta possibilidade do governo assumir o papel de, periodicamente, divulgar
informações sobre segurança pública. Sabemos o quanto é problemático a
construção de indicadores por meio de boletins de ocorrência. Daí a importância
de que todas as unidades federativas estejam integradas ao Sinesp. Que todas as
ocorrências policiais registradas nas delegacias das 27 unidades da federação
sejam sistematizadas. Isto sim será uma evolução”, acrescentou Marques.
O diretor da Sou da Paz atribui a redução dos
números da violência a uma série de fatores, entre os quais ações adotadas em
nível estadual. “Somamo-nos aos que atribuem estes recentes resultados a uma
soma de fatores. A causa da criminalidade, principalmente do homicídio, é
multifatorial. Ou seja, tem várias razões. Logo, enfrentá-la [exige] políticas
de médio e longo prazo. E, nos últimos tempos, alguns estados têm apostado com
maior intensidade na execução de programas de governança e segurança pública,
com investimentos diretos em suas polícias e em programas estaduais que começam
a apresentar resultados efetivos. Há ainda um esforço de coordenação nacional e
de maior cooperação interestadual”, concluiu o especialista.
(Agência Brasil)
(Foto: Fernando Frazão / Arquivo
Agência Brasil)
Notícia mais recente
Próxima notícia
Deixe seu comentário
Postar um comentário