Ceará
Saúde
Voluntários que limpam óleo em praias relatam sintomas de dermatite; Secretaria nega.
A Secretaria da Saúde do Ceará informou ao O POVO Online que até a manhã desta sexta-feira, 25, não foi notificada sobre casos de pessoas intoxicadas pelo óleo.
Voluntários que contribuem para a limpeza das praias no Nordeste estão
relatando coceira e feridas na pele após o contato com manchas de óleo. Segundo
especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), os
sintomas são características da dermatite de contato. A Secretaria da Saúde do
Ceará informou ao O POVO Online que até a manhã desta sexta-feira, 25, não foi
notificada sobre casos de pessoas intoxicadas pelo óleo.
Adla Farah, membro do Instituto Verdeluz, relata que sentiu coceira no
corpo ao deitar em uma das praias contaminadas, após trabalhar na soltura de
uma tartaruga. "Após o resgate, deitei na areia ainda não tinha ideia da
extensão do problema. Depois, comecei a me coçar cada vez mais, até que o meu
corpo ficou todo manchado. Fui ao hospital tomar antialérgicos, mas quando
voltei para casa, a coceira continuou. Retornei ao hospital, precisei tomar
mais remédios passar um creme no corpo e escaldar as roupas, em um processo de
10 dias. Eu estava apenas de luvas na praia."
De acordo com Rivelino Cavalcante, professor da oceanografia do
Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC),
apesar de o petróleo ser natural, ele é xenobiótico, ou seja, estranho ao
organismo humano. As substâncias presentes nele causam toxicidade e câncer,
podendo levar até mesmo à morte, dependendo da quantidade.
Os compostos do petróleo são lipossolúveis, e por isso absorvem com
facilidade, podendo se espalhar por todo o organismo ao entrar na corrente
sanguínea. Além disso o material é volátil e pode soltar gases, o que piora
quando entra em contato com o sol, podendo causar intoxicação até mesmo por
meio da respiração.
Apenas luvas não são suficientes para se proteger. Há um material
específico para manusear material petrolífero. De acordo com Octavio Grecco,
médico e membro do Departamento Científico de Dermatite da Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia (Asabi), para diminuir o risco das reações
de contato com o óleo é importante usar também botas e calças de borracha ou de
material impermeável, além de máscaras específicas contra gases.
Caso
mesmo assim ocorra o contato a vítima deve imediatamente lavar o local com água
e sabão. “O contato pode causar a dermatite de contato Irritativa. A dermatite
de contato alérgica é pouco provável”, declara Octavio.
Dermatite de contato
A dermatite de contato é uma reação inflamatória de pele que pode ser
irritativa ou alérgica. A maior diferença entre as duas é pelo tempo que
aparecem após o contato. A irritativa ocorre logo após o contato com o material
agressor, podendo se manifestar minutos depois, já a alérgica demora de 6
a 12 horas para aparecer.
Os sintomas da dermatite alérgica são queimação, ardor, vermelhidão e
prurido no local do contato; assemelhando-se a uma queimadura. Já a dermatite
alérgica possui prurido, vermelhidão e bolinhas pequenas que parecem ter água
dentro.
(O
Povo- Online)
(Foto:
AURELIO ALVES)
Notícia mais recente
Deixe seu comentário
Postar um comentário