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Ibama identifica óleo próximo a navio encalhado na costa do Maranhão.
Identificação foi feita por aeronave equipada com sensores especiais.
Uma mancha de óleo de pouco mais de 1,6 quilômetro de
diâmetro foi avistada na manhã de hoje (28), próximo ao
navio-cargueiro que encalhou e tombou a cerca de 100 quilômetros da costa
brasileira, no canal da Baía de São Marcos, no Maranhão, com cerca de 275 mil
toneladas de minério de ferro pertencente à empresa Vale.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a mancha de óleo foi identificada por uma
aeronave equipada com sensores especiais que sobrevoou a área esta manhã.
Ontem, ao sobrevoar o local pela primeira vez, técnicos do Ibama não tinham
constatado a presença de poluentes nas proximidades do navio. Outras duas
inspeções aéreas estão programadas para hoje.
Além de quase 300 mil toneladas de minério de ferro, o navio
MV Stella Banner é capaz de transportar até 4 milhões de litros de combustível
e óleo. Oficialmente, o volume armazenado no tanque da embarcação não foi
confirmado. O navio saiu do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís,
e iria para a China.
O Stella Banner pertence à empresa sul-coreana de navegação
Polaris Shipping, mas navega com a bandeira das Ilhas Marshall, paraíso fiscal localizado na Micronésia onde a
embarcação está registrada.
Este é o segundo navio da Polaris Shipping a apresentar
problemas após deixar o Brasil carregando minério. Em março de 2017, o Stellar
Daisy naufragou após a tripulação comunicar que havia água entrando no navio,
que estava adernando a cerca de 2.400 km da costa do Uruguai. Dias depois do
pedido de ajuda, dois tripulantes foram resgatados, mas 22 trabalhadores que
estavam a bordo do navio jamais foram encontrados.
Segundo o Ibama, foi o próprio comandante do Stella Banner
quem manobrou para encalhá-lo, de propósito, em um banco de areia de uma área
de menor profundidade do canal da Baía de São Marcos. A manobra serviu para
evitar que a embarcação naufragasse ou ficasse à deriva depois que o comandante
constatou que a água do mar estava entrando no navio por uma fissura na proa. O
incidente ocorreu na última segunda-feira (24). Os 20 tripulantes
foram retirados do navio em segurança.
A pedido da Vale, a Petrobras já deslocou para o local navios
apropriados para recolher o óleo. Além disso, boias especiais serão
preventivamente espalhadas próximas ao navio para tentar impedir que o
combustível se disperse. Especialistas contratados pela Polaris Shipping, dona
do navio, comunicaram ao Ibama que os tanques do navio estão intactos e os
motores de geração de energia funcionando normalmente.
“Como operadora portuária, a Vale reforça que seguirá atuando
no caso com total suporte técnico-operacional e colaboração ativa com as
autoridades marítimas”, garantiu a mineradora.
A Marinha informou, em nota, que fez nesta sexta-feira uma
reunião com representantes da Vale, do Ibama, da Ardent
Global, da Gerência Ambiental do Porto do Itaqui e Agentes Marítimos
para "manter tratativa sobre as ações desenvolvidas e definir um plano
para realização de mergulho na localidade, visando mensurar a extensão dos
danos ocorridos na altura dos tanques de lastro, localizados na proa do
navio."
Segundo a Marinha, uma equipe especializada contratada pela
empresa responsável pelo navio verificou que os demais tanques da embarcação
estão intactos. "A casa de máquinas está seca e os motores de geração de
energia estão em funcionamento", diz a nota. A Marinha também disse que
está operando em coordenação com rebocadores que estão na área e que está
coletando dados para um inquérito administrativo.
A reportagem não conseguiu contato com o representante da
Polaris Shipping no Brasil. Representantes da Capitania dos Portos do Maranhão
ainda não informaram à Agência Brasil as ações
executadas hoje para tentar desencalhar o Stella Banner e
evitar o vazamento de minério de ferro ou de óleo. O local onde o navio está
encalhado, a cerca de 120 quilômetros da costa maranhense, fica próximo ao
Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, uma unidade de conservação
brasileira de proteção integral a cerca de 83 quilômetros da costa
maranhense.
(Agência
Brasil)
(Foto: Ricardo Salles/Ministro do Meio Ambiente/Divulgação)
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