Inflação deve
terminar o ano menor do que o previsto inicialmente pelo Ministério da
Economia. Proposta para o salário mínimo do próximo ano foi de R$ 1.079 para R$
1.067.
Enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional nesta
segunda-feira, 31, o projeto
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 modificou a previsão do valor
do salário mínimo do ano que vem para R$ 1.067 ao invés de R$ 1.079.
Essa redução ocorre devido à queda da estimativa do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (INPC), decorrente da retração do consumo ocasionada pela
pandemia do novo coronavírus.
A inflação, que
conforme prospecção do Ministério da Economia em abril terminaria o ano em
3,19% foi modificada para 2,09%. Conforme Ricardo Coimbra, economista e
vice-presidente da Associação dos Profissionais de Investimentos Nordeste
(ApimecNE), o salário mínimo é
corrigido considerando apenas o INPC desde o início do governo
Bolsonaro. Entre 2011 e 2018, o cálculo era feito levando em conta também o
crescimento do PIB.
"O novo
salário mínimo hoje é baseado apenas pelo reajuste inflacionário, então se você
tem uma perspectiva de uma inflação em um patamar menor, consequentemente você
tem um reajuste menor no salário
mínimo", avalia o especialista. Coimbra explica que a atual regra
do mínimo não permite ganho real, ou seja, consiste apenas em um dispositivo
para manter o poder de aquisição dos trabalhadores em relação ao ano anterior: "Não é aumento de salário, é apenas
reposição das perdas inflacionárias".
A crise
econômica que o País vive em decorrência da pandemia pode ser considerada
também fator de influência na mudança do reajuste. "Se você tem uma crise
com retração do consumo, isso acaba impactando no preço dos produtos. Se os
produtos têm menor elevação dos preços, a inflação também fica menor e isso
causa diretamente uma elevação menor do salário mínimo. Com um índice menor,o
salário do ano que vem não tem muitas necessidades de mudança. É feito para
manter o poder de compra", pondera Ricardo Coimbra.
Apesar de
ser R$ 22 maior que o valor do salário mínimo em vigor neste ano (R$ 1.045), a
proposta pra 2021 é R$ 12 menor que a inicial, antes da
revisão da inflação. Sobre essa subtração no valor, o economista Ricardo
Coimbra avalia que não há possibilidade de realocação da diferença em outros
programas sociais e setores do Governo, por exemplo.
"O
salário mínimo é pago pela iniciativa privada. O impacto dele no governo está
relacionado aos benefícios previdenciários. Com alteração no reajuste previsto,
você vai ter uma diferença lá na situação previdenciária, o que não
necessariamente gera a possibilidade de realocação de dinheiro, porque os
recursos são destinados à Previdência", explica o especialista.
(O Povo online)
(Foto: Aurelio Alves/ O POVO)
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