Mulher desaparecida em Itaitinga é localizada após ação conjunta das Polícias Civis do Ceará e do Mato Grosso.
Uma
investigação realizada por equipes da 12º Delegacia do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Estado do Ceará
(PCCE), resultou na localização de uma mulher, que estava desaparecida desde o
dia 16 de dezembro de 2020. A procurada de 28 anos foi encontrada na última
quinta-feira (04), em uma casa no município de Nova Mutum, no estado do Mato
Grosso (MT).
A vítima
estava desaparecida desde dezembro, quando saiu da residência de sua mãe na
cidade de Itaitinga – Área Integrada de Segurança 13 (AIS 13) do Ceará, para
resolver um problema em um banco e não retornou mais. Familiares tentaram
entrar em contato por meio de telefone, mas o aparelho somente dava sinal de
desligado. O DHPP passou a investigar o caso e descobriu que a jovem pediu o
cartão de crédito do padrasto emprestado e efetuou a compra de uma passagem
aérea, realizada no mesmo dia que a vítima desapareceu.
Com as
informações da passagem aérea, a 12ª Delegacia do DHPP entrou em contato com a
Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT) que passou a auxiliar nas investigações. Após
a divulgação da imagem e dos dados da vítima, a PCMT recebeu denúncias sobre a
localização da mulher, que viveria em um sítio na zona rural de Nova Mutum
(MT). As informações foram repassadas para os policiais civis do município, que
diligenciaram até o local, mas a vítima não foi encontrada. Porém, os policiais
receberam outro informe de onde a vítima estava morando. Desta vez, seria uma
residência no bairro Jardim Europa, ainda em Nova Mutum. Lá, ela finalmente foi
localizada.
Questionada
sobre o ocorrido, a jovem disse que estava bem e que estava morando na cidade
por vontade própria. Os policiais orientaram que ela procurasse a família para
dar informações sobre o seu paradeiro. Depois de verificadas as boas condições
de saúde e ausência de risco para ela, os policiais da PCMT comunicaram as
equipes da PCCE sobre a localização da mulher. No Ceará, os familiares dele
foram informados de sua localização, bem como seu estado de saúde.
Tipos de desaparecimento
A
delegada responsável pelos casos de desaparecimento que chegam ao DHPP, Arlete
Silveira, explicou que o caso é comum e se enquadra em um dos tipos de
desaparecimento. O chamado “desaparecimento voluntário”.
A
delegada explicou ainda que existem três tipos de desaparecimento: o voluntário
– quando a pessoa se afasta por vontade própria e sem avisar. Isso pode
acontecer por motivos diversos: desentendimentos, medo, aflição, choque de
visões, planos de vida diferentes, dentre outras razões; o involuntário –
quando a pessoa é afastada do cotidiano por um evento sobre o qual não tem
controle, como, por exemplo, um acidente, um problema de saúde, um desastre
natural e, por fim, o forçado – quando outras pessoas provocam o afastamento,
sem a concordância da vítima. Entre os casos registrados, as principais
motivações são problemas familiares, a relação com drogas ilícitas, problemas
amorosos e depressão.
Perfil do desaparecido
Em 2020,
a 12ª Delegacia do DHPP realizou investigações de 438 casos de desaparecimento.
Cabe ressaltar que a maior parte das vítimas é composta de jovens com idade
entre 12 e 29 anos. Eles são responsáveis pelo registro de 222 ocorrências, ou
seja, 50,6% do registro total. A 12ª delegacia do DHPP possui um índice de
resolutividade de 80,8% dos casos, isto é, dos 438 registros, a 12ª Delegacia
conseguiu elucidar 354 casos. Dentro desse percentual, 89,2% dos casos são de
pessoas encontradas com vida.
A criação
da delegacia tornou possível um estudo maior sobre a temática. Através do
acompanhamento da especializada foi possível conhecer os dias e os horários que
possuem maior incidência de desaparecimentos. Sábado é o dia que apresenta o
maior número de registros. Foram contabilizados 85 casos, o que representa 19,4%.
Em seguida, vem a segunda e a terça-feira, que registram 74 e 69 casos, 16,8% e
15,7%, respectivamente. Os dias com menor registro desse tipo de ocorrência são
as quartas e quintas-feiras, com 44 registros cada, o que equivale a 10% dos
casos. A maior parte dos desaparecimentos ocorre durante o dia, sendo o período
da tarde – de meio dia às 17h59min – o horário de pico, com 141 registros, o
que equivale a 32,1% dos casos.
Registro de ocorrência
No Ceará,
o boletim de ocorrência pode ser registrado em qualquer unidade policial da
Polícia Civil. Os casos registrados em Fortaleza ficam sob a responsabilidade
da especializada. Já os casos registrados na Região Metropolitana da Capital e
nos demais municípios do Estado ficam sob a responsabilidade das delegacias que
atuam na circunscrição onde ocorreu o desaparecimento.
Assim
como é importante o registro do desaparecimento, é fundamental que os casos de
encontro de pessoas sejam reportados à Polícia. Esse fluxo de informações serve
para fins de análise dos casos e formulação de uma política pública de
prevenção ao desaparecimento de pessoas.
(SSPDS)
(Foto: Reprodução)
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