"Possibilidade é mínima", diz oceanógrafo físico sobre probabilidade de tsunami no litoral do Brasil.
Professor explica que abalos sísmicos
registrados não são motivo para alarme ou desespero dos brasileiros.
Com o nível
de alerta aumentado para as atividades do vulcão Cumbra Vieja, na ilha La
Palma, localizada nas Ilhas Canárias, estudos vieram à tona afirmando que uma
possível erupção poderia causar um tsunami em países banhados pelo Oceano
Atlântico, incluindo o Brasil. De acordo com o oceanógrafo físico Carlos
Teixeira, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade
Federal do Ceará (UFC), o risco não é iminente e a possibilidade é mínima, mas
real.
“Não significa que a gente vai ter uma erupção semana que vem, mês que
vem, ano que vem. Mas eles aumentaram o nível de alerta. Também não significa
que mesmo se a gente tiver uma erupção, não é qualquer erupção que iria gerar
desmoronamento e esse tsunami”, explica o professor.
Os níveis de alerta são como luzes de um semáforo. Um vulcão está no
nível verde quando tem atividades normais, sem abalos. O nível amarelo, utilizado
pelo Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco
Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) para o Cumbre Vieja, indica que alguns
sinais precursores de uma erupção foram identificados, como os abalos sísmicos
monitorados nos últimos dias em La Palma.
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O sinal laranja é dado quando há confirmação de sinais pré-eruptivos, e o
vermelho quando a erupção foi iniciada. No entanto, mesmo com sinal amarelo, o
governo das Ilhas Canárias lançou nota nesta quinta-feira, 16, falando sobre
aumentar a informação de pontos de encontro, rotas de evacuação da população
local e planos de autoproteção devido aos terremotos registrados na região.
Carlos explica que as consequências no litoral do Brasil dependem de
diversos fatores, como por exemplo se o vulcão de fato entrar em erupção, se
essa erupção for explosiva e se a explosão causada pela erupção desencadear um
desmoronamento nas ilhas. “Tem que ser uma situação específica, mas existem
diversos estudos feitos no Brasil, na Espanha, nos EUA, que mostram essa
realidade”, diz.
Além disso, não é possível saber com qual tamanho as ondas chegariam ao
litoral brasileiro. “Existem estudos que falam que as ondas que chegam aqui
poderiam chegar a mais de cinco metros, mas isso é uma situação drástica. Você
pode ter um tsunami de meio metro, você pode ter menor que isso.”
Planejamento para caso de
emergência deveria ser elaborado
Para o oceanógrafo, mesmo que o momento não seja para “alarme ou
desespero”, é necessário que o País se planeje para a possibilidade, assim como
outros países banhados pelo Oceano Atlântico. “Acho que o papel da ciência é a
gente ter essa previsão, a gente estudar possibilidades. E o papel da sociedade
civil é criar mecanismos de gestão com essa informação.”
(O Povo- Online)
(Foto: Nasa)
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