Julho registra aumento de 60% nas chuvas em relação à média histórica no Ceará
Após uma
quadra chuvosa positiva, julho é mais um mês com registros acima da média
histórica no Ceará. Apesar de representar período de estiagem, com pouca
precipitação, dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) mostram 24,7 milímetros (mm), no Estado, marca 60% do
que o esperado para o período.
O índice alcançado em
julho de 2022 também é superior ao mesmo período de 2021, quando foram
registrados 21,4 mm. Conforme Frank Baima, meteorologista da Funceme, apesar do
aumento, a mudança não pode ser configurada como significativo, tendo em vista
a diferença de apenas 3,3 mm entre os dois anos, em um período de baixa precipitação.
Em relação aos últimos
cinco anos, 2020 foi o único período em que o mês de julho apresentou
resultado superior ao apresentado em 2022, quando foi contabilizada
a marca de 25 mm.
Confira o registro de
precipitações (em mm) no Ceará em julho dos últimos cinco anos:
- 2022
- 24,7 mm
- 2021
- 21,4 mm
- 2020
- 25 mm
- 2019
- 16,2 mm
- 2018
- 13,6 mm
O quantitativo registrado
em julho de 2022 é inferior ao registrado no último mês de junho — primeiro
após a quadra chuvosa —, quando foi contabilizada a marca de 76,5 mm. Segundo
Frank Baima, a diminuição das chuvas a partir do segundo semestre é normal
porque representa o fim da época de precipitações.
Segundo ele, o fenômeno
tem relação com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que modula as
chuvas nesses meses. "A ZCIT nada mais é do que aquela parte de nebulosidade
que circula o globo terrestre e, nesta época do ano, fica sobre o Ceará
influenciando chuvas em praticamente todos os dias. A partir de junho, a ZCIT
migra para o hemisfério norte. Consequentemente, já diminui drasticamente as
chuvas e a nebulosidade", explica o meteorologista.
Apesar do fim da quadra
chuvosa, até o momento, o ano de 2022 já mostra um cenário de precipitações
superiores em relação ao observado em todo o período de 2021. Entre janeiro e
26 de julho, foi registrada a marca de 887 mm. Já no ano anterior, choveu
apenas 690,3 mm — perto do limite mínimo dentro da média histórica — em
todo o território cearense.
Chuvas nos próximos meses
O meteorologista da
Funceme ainda indica que, apesar da falta de influência da ZCIT no Estado, ainda
há chances da ocorrência de chuvas no Estado nos próximos meses. "O céu
claro é uma característica de julho. O fluxo do vento na atmosfera favorece
essa estabilidade. Isso não quer dizer que não vá chover. Pode chover de forma
pontual e rápida em áreas isoladas do Ceará", explica Frank Baima.
Segundo o meteorologista,
as eventuais chuvas são atribuídas ao aquecimento diferencial do oceano e
da superfície terrestre. "Favorece uma instabilidade local, principalmente
sobre a faixa litorânea do Estado, no período da tarde e entre a madrugada e
início da manhã, favorecendo chuvas", explica. Essa condição de tempo
também favorece a ocorrência de temperaturas mínimas mais baixas,
principalmente nas regiões serranas ou no Centro-Sul do Estado.
"Ao longo da madrugada
é comum que a radiação, absorvida pela superfície, seja retornada para o
espaço. Se não houver nuvens sob o céu, toda essa radiação passa. Então,
consequentemente, você favorece um decaimento da temperatura", continua. O
metodologista ainda ressalta que o tempo seco no Estado deve seguir até o final
do ano, período em que inicia-se o período de transição para a pré-estação
chuvosa.
(O Povo- Online)
(Foto: Fco Fontenele)
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