A Campanha Nacional contra Poliomielite chega ao fim nesta sexta-feira, 30.
Nesta manhã, nos postos de saúde Irmã Hercília e Maria Aparecida Lima, em
Fortaleza, os relatos eram de maior procura nesta reta final da mobilização.
E mesmo com o fim da campanha as crianças podem ter acesso ao
imunizante nos postos de saúde.
Lúcia Albuquerque levou as
netas gêmeas Luísa e Lívia, de 1 e 6 meses, para o posto no São João do Tauape.
“Elas estão aqui para receber a imunização contra a paralisia infantil. A gente
procura sempre seguir o calendário direitinho de vacinação para proteger as
meninas. Isso faz com que doenças sejam evitadas”, informou Lúcia.
Na mesma sala em que Lúcia
e as gêmeas estavam, também compareceram Marlene Costa, 37, e a filha, Anete,
3. Lúcia e Marlene são parentes e aproveitaram o fim da campanha para vacinar
as meninas no mesmo período. “Sempre que tem vacinação, a gente reúne o
público-alvo da imunização e vem em família. O importante é proteger todos”,
disse Marlene.
Para a mãe do Cristiano,
4, Aline Nascimento, 25, todo esforço é válido para manter o calendário da
vacinação em dia. “Eu acho que o que a gente puder fazer para evitar uma
doença, através da vacinação, nós devemos fazer. A vacina é uma coisa prática,
que funciona de maneira eficaz contra a paralisia infantil.”
A campanha de vacinação
iniciou no dia 8 de agosto pelo Ministério da Saúde (MS). A ação deveria ter
sido encerrada no dia 9 de setembro, mas foi prorrogada até o dia 30 deste mês,
resultado de um cenário de baixa procura pelo imunizante. O último
balanço da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite mostrou que
Fortaleza vacinou um quantitativo de 43.835 crianças de 1 a 4 anos, até o dia
24 de setembro. Esse valor equivale a 35% do público.
Os profissionais do
Sistema Única de Saúde dos postos reiteram a baixa procura pelo imunizante nos
últimos anos, indo de encontro aos dados informados pelo MS.
Quem também estava feliz e
aliviada com a aplicação da imunização era Dalila Rodrigues, 38 anos, que levou
os filhos Samuel, Emanuel e Sara, de 1, 3 e 5 anos, respectivamente.
"Hoje está bem cheio o posto. Acho que é porque é o último dia da
campanha. Minha amiga me avisou sobre a importância da vacina para as crianças,
e aqui estamos, vacinados."
Conforme o Ministério da
Saúde, o grupo-alvo da campanha são as mais de 14,3 milhões de crianças menores
de cinco anos de idade. As crianças menores de 1 ano deverão ser imunizadas de
acordo com a situação vacinal para o esquema primário. Já as crianças de 1 a 4
anos deverão tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já
tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema
básico.
O epidemiologista de
Fortaleza, Antônio Lima, em nota da Prefeitura de Fortaleza, explicou que nos
últimos anos as coberturas vacinais vêm caindo. "O que temos de mais grave
é a possibilidade de retorno de doenças que estavam erradicadas e eliminadas.
Isso não é algo mais distante, a exemplo da poliomielite, com caso já
confirmado nos Estados Unidos. A possibilidade de chegar em nosso País era
muito remota quando se tinha uma cobertura alta, quando cai para em torno de
70%, passa a se tornar uma ameaça iminente”, alerta. Ele ainda apela para que
as pessoas voltem a buscar as vacinas e não a recusá-las.
Transmissão
e Sintomas
A paralisia infantil pode
ser transmitida por meio da saliva, do contato direto com fezes contaminadas ou
por água e alimentos contaminados por essas fezes. O vírus se multiplica,
primeiramente, nos locais onde está alojado no organismo, como boca, garganta e
intestinos.
Na maioria dos casos, os
infectados manifestam poucos ou nenhum sintoma, apresentando um quadro
semelhantes a gripes e resfriados. No entanto, por meio da corrente sanguínea,
o poliovírus pode chegar até o sistema nervoso, provocando sintomas graves,
como paralisia flácida aguda permanente, insuficiência respiratória e, em casos
extremos, morte. Crianças com menos de 5 anos têm maiores chances de
desenvolver a doença de forma grave.
(O Povo- Online)
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
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