Trabalho aos domingos e feriados? Entenda a proposta do Governo
O Governo vai reeditar a portaria que proíbe o trabalho do comércio em feriados. As mudanças incluem a divisão das
atividades que precisam ou não de convenção coletiva para permitir o trabalho
nessas datas.
A informação foi dada nesta quarta-feira, 24, pelo ministro do Trabalho e
Emprego, Luiz Marinho, e por entidades de trabalhadores e de empregados. O anúncio ocorreu após
reunião entre representantes do governo, das centrais sindicais e dos
empregadores.
Assim, até fevereiro, a medida que trará uma lista de cerca de
200 setores considerados essenciais, que não precisarão fechar
acordos com os sindicatos para trabalho aos feriados, será publicada e entrará
em vigor.
Segundo Marinho, a lista de exceções ainda não está definida, mas
farmácia e postos de combustível estão entre os setores que não precisarão de
acordo coletivo.
"Fizemos o ajuste em todo o texto da portaria, que será
republicada. Há uma bancada de relatores alterando o texto, que não apresentará
hoje a versão final. A portaria anterior teve o único objetivo de provocar essa
conversa nacional, com uma mesa permanente para discutir o tema, inclusive
daqui para frente."
A portaria publicada em novembro de 2023 e
revogada logo em seguida, invalidou uma outra portaria de 2021, que
concedeu autorização permanente para o trabalho aos domingos e feriados em
vários setores do comércio.
Em relação ao trabalho aos domingos, as categorias fora da lista de
exceções precisarão de convenção para implementar o trabalho.
"A portaria do governo anterior agredia o que dizia a lei. A
legislação diz que pode trabalhar aos fins de semana, mas que o trabalho aos
feriados precisa de negociação (com os sindicatos)", acrescentou Marinho.
Além
disso, conforme o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Comércio e Serviços (Contracs), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT),
os setores excluídos serão listados num anexo da portaria.
"Observamos que existem alguns tipos de trabalhos que precisam
funcionar por conta do atendimento à população, trabalhos especiais. Farmácia,
por exemplo, que pode salvar a vida de uma pessoa. É primordial. Esse é o
ajuste que foi feito, com um anexo de redação, dizendo quais poderão funcionar
independentemente da negociação coletiva."
Representante da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Ivo Dall’Acqua
disse que a lei trata apenas do comércio de produtos.
Ou seja, atividades ligadas a serviços não terão necessidade de acordo
coletivo, como bares, restaurantes e hotéis. Supermercados, no entanto,
necessitam de convenção para abrirem aos feriados.
Além disso, Ivo Dall'Acqua, argumentou que é preciso considerar que os
hábitos das famílias mudaram e a sociedade precisa de mais disponibilidade do
comércio. Ele defendeu que as empresas tendem a contratar mais funcionários
para dar conta do regime de folgas.
"Negociamos o retorno da possibilidade de farmácias trabalharem em
feriados sem convenção coletiva, e existem outras, como postos de gasolina.
Você não pode ficar com atividades sem oferecer serviço porque venceu a
convenção coletiva", disse, reiterando que as atividades se concentram no comércio
que cuida de atacado e varejo.
(O Povo- Online)
(Foto: AURÉLIO ALVES)
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