Cerca de 90% dos remédios ficarão mais caros a partir do dia 1º de abril
Cerca de 80% a 90% dos medicamentos ficarão mais caros a partir da próxima
terça-feira, 1º de abril, segundo o diretor do Sindicato do Comércio
Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Maurício
Filizola.
Os outros, geralmente isentos de prescrição, poderão ter aumentos em períodos
diferenciados. O reajuste é definido pela Câmara de Regulação do Mercado
de Medicamentos (Cmed) até o dia 31 de março de cada ano.
Segundo
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou
ao O POVO, os números oficiais ainda serão divulgados. No
entanto, Maurício Filizola explica que, em diálogo com representantes
da indústria, a alteração média no Ceará deve ser de 3,8%, podendo chegar
a 5%.
“Os parâmetros considerados para o
reajuste incluem a inflação, a produtividade do setor, a importação de
matéria-prima e o reajuste dos salários dos colaboradores, fatores que impactam
diretamente nos preços. A surpresa deste ano foi que o reajuste autorizado e
negociado ficou, inclusive, abaixo da inflação.”
Questionado sobre outros aumentos ao longo do ano, o diretor do
Sincofarma pontua que a política de preços define um valor de fábrica, ou
seja, o que a farmácia adquire o medicamento da indústria, e o Preço
Máximo ao Consumidor (PMC), a quantia máxima que pode ser praticada no mercado.
“A variação pode ocorrer devido a descontos concedidos ao longo do ano.
Por exemplo, em períodos sazonais de alta demanda, como surtos de viroses, os
laboratórios podem reduzir descontos, impactando o preço final ao consumidor.”
Reajuste abaixo da inflação
preocupa o setor
Com um reajuste médio de 3,8%, número abaixo da inflação dos últimos 12
meses (5,06%), Maurício Filizola comenta que o percentual menor preocupa o
setor, visto que as farmácias muitas vezes oferecem descontos que superam
os patamares estipulados.
“Embora o reajuste aconteça no Preço Máximo ao Consumidor (PMC), as
farmácias muitas vezes oferecem descontos que superam os patamares estipulados.
O reajuste deste ano foi bem menor do que os anteriores. Desde 2018, não havia
um reajuste abaixo da inflação, pois um dos principais fatores que impactam o
preço dos medicamentos é a matéria-prima.”
Conforme o diretor do Sincofarma, a maioria das matérias-primas
utilizadas na fabricação de medicamentos no Brasil é importada, e cerca de 90%
vem do exterior, tornando os preços atrelados ao dólar.
“Além disso, algumas matérias-primas sofrem variações cambiais superiores
à própria cotação do dólar, dependendo da demanda global. Isso ocorreu com
frequência durante a pandemia e, atualmente, também há escassez de algumas
matérias-primas, o que impacta o preço final dos medicamentos. No entanto, os
reajustes não podem ultrapassar os limites autorizados.”
Outro ponto ressaltado por Maurício Filizola é que
os consumidores comprem medicamentos em farmácias confiáveis,
preferencialmente próximas de sua residência, e exijam nota fiscal para
garantir a procedência dos produtos.
“Também alertamos sobre os riscos da compra de medicamentos em feiras e
locais não regulamentados. Fora a possibilidade de serem produtos roubados, a
armazenagem inadequada pode comprometer a eficácia do medicamento, colocando a
saúde do consumidor em risco.”
(O Povo - Online)
(Foto:
FERNANDA BARROS)
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