Ceará já tem 636 casos da febre oropouche, transmitida pelo mosquito maruim
A febre
oropouche, doença transmitida pelo mosquito maruim, também conhecido como
mosquito pólvora, já soma 636 casos confirmados no Ceará
entre janeiro e a primeira quinzena de junho de 2025. Os dados são da
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que acompanha semanalmente a evolução da
doença, classificada como uma arbovirose.
De acordo
com o levantamento, três gestantes foram infectadas neste ano, todas na cidade
de Baturité, epicentro atual da doença no Estado.
Apesar da preocupação, nenhuma morte foi registrada até o
momento.
O vírus
oropouche chegou ao Ceará em 2024, mas em 2025 os casos mais
do que dobraram em comparação com o ano anterior, saltando de
254 para 636 notificações. O crescimento é atribuído à migração do vírus para
áreas antes não afetadas, como a zona urbana de Baturité, conforme explicou o
secretário executivo de Vigilância da Sesa, Antonio Lima Neto.
Baturité concentra a maioria dos casos
Dos 636
registros, 438 ocorreram apenas em Baturité,
ou seja, sete em cada dez pessoas infectadas são da cidade. O segundo município
com mais casos é Aratuba, com 121. Também
foram confirmados casos em Mulungu (29), Guaramiranga
(20), Capistrano (14), Pacoti
(11), Redenção (2) e Aracoiaba
(1), todas cidades do Maciço de Baturité, única região com circulação ativa do
vírus até o momento.
Em 2024, Aratuba
e Capistrano lideraram em número de casos, com 67 e 64,
respectivamente. A mudança no perfil geográfico da doença neste ano acende o
alerta para a expansão da arbovirose.
Gestantes sob vigilância
No ano
passado, o Ceará registrou um óbito fetal relacionado
à infecção por oropouche. Por isso, gestantes tornaram-se prioridade na
vigilância estadual. Neste ano, três mulheres grávidas testaram positivo, todas
em Baturité. Segundo a Sesa, elas estão sendo acompanhadas.
Sintomas e diagnóstico
A febre
oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, como
febre prolongada, dor de cabeça intensa, dores no corpo, calafrios, náuseas,
tontura, fotofobia (sensibilidade à luz) e dor atrás dos olhos. Em casos mais
graves, pode haver inflamação no sistema nervoso central (meningoencefalite) e
até manifestações hemorrágicas.
O
diagnóstico é feito com exames laboratoriais, especialmente quando os sintomas
persistem por mais de cinco dias.
Prevenção: repelente e roupas compridas são aliados
Diferente
da dengue, que é transmitida pelo Aedes aegypti
e costuma se propagar dentro de casa, o culicoide (maruim)
que transmite a febre oropouche age de forma distinta: ele se
concentra em áreas externas, como varandas e quintais, e
retorna ao ambiente natural após picar. Por isso, a prevenção exige cuidados
específicos.
A Sesa orienta:
- Evitar áreas de mato e vegetação
densa;
- Usar roupas que cubram a maior parte
do corpo;
- Aplicar repelente
nas áreas expostas da pele;
- Manter ambientes externos limpos,
evitando matéria orgânica acumulada como folhas e frutos;
- Instalar telas de malha
fina em portas e janelas para impedir a entrada do mosquito.
“O futuro
do controle da febre oropouche está na nossa capacidade de impedir que o
mosquito entre nas casas”, alertou o secretário Antonio Lima Neto.
Embora
ainda restrita ao Maciço de Baturité, autoridades de saúde reforçam a
necessidade de vigilância contínua, já
que o comportamento do vírus em áreas urbanas ainda está sendo estudado e pode
representar novos desafios à saúde pública cearense.
(Portal folha do vale)
(Foto: Reprodução)
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