Facção vende remédios controlados e abortivos em feiras e farmácias na Grande Fortaleza
O comércio ilegal de medicamentos de uso controlado,
incluindo tarja preta, psicotrópicos, antidepressivos, tratamentos para TDAH e
abortivos, foi identificado entre as atividades criminosas da facção Massa
Carcerária em Fortaleza e na Região Metropolitana.
Integrantes apontados como fornecedores comercializavam esses produtos em
feiras populares e até em farmácias.
As
atividades criminosas foram descobertas durante uma investigação da 1ª
Delegacia Municipal de Caucaia, unidade da Polícia Civil do Ceará (PC-CE).
As investigações começaram após a prisão de suspeitos de integrar duas organizações
criminosas, uma de origem cearense, a Massa, e outra carioca, Comando
Vermelho (CV), em atuação, principalmente, em Caucaia.
Com as capturas dos suspeitos, foram apreendidos celulares que tiveram
dados extraídos e ligações intercpatadas. Nas mensagens, foi revelado a venda
dos medicamentos controlados por membros da faccção cearense, que atuava na
Região Metropolitana, mas fornecia produtos para diversas regiões da Capital e
da Grande Fortaleza.
De
acordo com as investigações, entre os remédios comercializados pelo grupo estão
Apralozan, Fluoxetina, Diazepan, Sibutramina e Cytotec, sendo esse último
restrito a estabelecimentos hospitalares devidamente cadastrados e
credenciados, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nos documentos que constam as mensagens, a qual O POVO teve
acesso, que revelam a venda irregular, um dos compradores pede dez caixas de
Apralozan. Na conversa, ele ainda sonda os valores da caixa do diazepan. Um dos
fornecedores revela o valor de R$ 300. Outras caixas de medicamentos chegam a
valores de R$ 200.
Diante das informações, a Polícia Civil deflagrou uma operação nesta
quinta-feira, 16, que resultou no cumprimento de 25 mandados de prisão, sendo
que dez suspeitos estavam no sistema prisional e outros em liberdade. Também
foram realizados cinco prisões em flagrante, resultando em 20 pessoas presas na
ações contra grupos criminosos.
Um proprietário de uma farmácia localizada na localidade do Iguape, no
município de Aquiraz, foi identificado como um dos compradores dos
medicamentos fornecidos pela facção. A residência dele, em Fortaleza, foi alvo
de mandado de busca e apreensão. No local, foram apreendidas 200 caixas de
medicamentos controlados.
Conforme o delegado Seccional da Polícia Civil do Ceará em Caucaia,
Rômulo Melo, as ações criminosas foram identificadas sendo um dos braços
financeiros da facção. “É uma ramo do grupo criminoso que tava ganhando
dinheiro também nesse ramo. [...] É um braço desse grupo também especializado
na venda de medicamentos de usos controlados”, disse.
Ainda
segundo o delegado, as investigações revelaram que o comércio era realizado em
áreas dominadas pela facção e em outras regiões do CV que, há suspeita, de que
era solicitadas autorizações para o comércio ilegal dos remédios nas regiões. A
operação prendeu, além de membros da Massa, pessoas ligadas da organização
carioca.
As prisões dos suspeitos membros das organizações criminosas e as 42
apreensões aconteceram em Fortaleza e nos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, ambos na Região Metropolitana de
Fortaleza (RMF), Aracati, Beberibe
e Icapuí,
no Litoral Leste do Estado.
Entre os flagrantes, dois homens de 49 e 56 anos, estão relacionados à
venda de medicamentos que só podem ser comercializados com prescrição médica.
Eles foram presos em Caucaia. Com a dupla, foram apreendidas mais de 200 caixas
de medicamentos.
As
apreensões aconteceram no município da Região Metropolitana e em Fortaleza. As
outras duas prisões foram por tráfico de drogas e uma outra por desacato,
calúnia e desobediência. O último mencionado não tinha mandado de prisão em
aberto. Dois quilos de maconha também foram apreendidos na operação.
As ações foram coordenadas pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Caucaia
e 1ª Delegacia Seccional da Região Metropolitana, pertencentes ao Departamento
de Polícia Metropolitana. A operação foi intitulada Ad Aeternum.
(O
Povo - Online)
(Foto:
Divulgação/PC-CE)
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