Economia
Nacional
Guedes: contribuição de empresas na capitalização manterá desemprego
Ministro deu a declaração em audiência na Câmara dos Deputados
A contribuição de empresas na capitalização vai
manter alto o desemprego entre os jovens, disse há pouco o ministro da
Economia, Paulo Guedes. Ele foi convocado pela Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara dos Deputados para explicar os impactos financeiros e
econômicos da reforma da Previdência.
O ministro ressaltou, no entanto, que a decisão
caberá ao Congresso Nacional, que discutirá o regime de capitalização, onde
cada trabalhador tem uma conta individual, depois da aprovação da reforma. “A
nova Previdência [capitalização] virá de novo para cá. Pode botar [encargo
sobre as empresas], mas a contribuição patronal vai manter o desemprego alto
entre os jovens”, disse.
A proposta de reforma da Previdência inclui uma
autorização para que o governo envie um projeto de lei complementar para
definir o funcionamento do regime de capitalização e regulamentar a futura
carteira de trabalho verde-amarela. No entanto, o relator da reforma da
Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP),
defende que o empresário também contribua para a aposentadoria do trabalhador
no novo regime para reduzir o risco de o trabalhador não conseguir poupar o
suficiente.
Embora os detalhes da capitalização não estejam
na proposta em tramitação, Guedes declarou diversas vezes ser favorável a um
modelo que forneça aposentadoria de, pelo menos, um salário mínimo, mesmo nos
casos de poupança insuficiente. A contribuição, no entanto, seria apenas do
empregado. “O Chile começou adotando a capitalização simples. Depois a renda
subiu, e eles reformularam o sistema”, explicou.
Guedes ressaltou que a capitalização será
opcional e que a economia de R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência será
suficiente para adotar o novo sistema porque o futuro regime será opcional e
valerá apenas para o primeiro emprego do jovem. Ele explicou que o jovem
atualmente só consegue o primeiro emprego formal, em média, aos 28 anos. “O
jovem passa dez anos na geração nem-nem. Eles não estão na escola nem
trabalhando. É uma desgraça social. Nós não podemos deixá-los sem emprego”,
disse.
Acordos comerciais
O ministro declarou que, nas próximas quatro
semanas, o governo deve fechar um acordo comercial com a Argentina. O ministro
também disse esperar progressos nas negociações entre o Mercosul e a União
Europeia, cujos diálogos se arrastam há duas décadas. Ele também ressaltou a
importância da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Nós, quando entramos, dissemos que não queríamos
ficar só conversando. Alguém que conversa 20 anos com você e não faz nada não
quer fazer negócio”, disse o ministro. Segundo Guedes, o Brasil conversou de
forma “relativamente dura” tanto com a Argentina como com a União Europeia.
Publicado em 04/06/2019 -
17:20 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência
Brasil Brasília
(Agência Brasil)
(Foto: Fabio Rodrigues
Pozzebom/Agência Brasil)
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