Nacional
Saúde
Brasil exporta projeto de bancos de leite para parceiros do Brics.
Unidades em mais de 20 países servem como casa de apoio à amamentação.
Na próxima segunda-feira (18),
Angola iniciará a implantação de uma rede de bancos de leite para apoio às mães
com filhos em idade de amamentação. O país na costa ocidental da África é o 22º
a tomar essa iniciativa com apoio e cooperação do Brasil, que iniciou a
implementação de bancos de leite em meados da década de 1980 e pôs em
funcionamento a sua própria rede nacional em 1998.
Na África,
o projeto está também em funcionamento em Cabo Verde e Moçambique. Está
presente ainda em 17 países latino-americanos e em dois países europeus –
Portugal e Espanha. A expertise brasileira na cooperação internacional
chamou atenção dos parceiros do Brics - acrônimo formado com as letras inicias
de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).
Com a
presidência brasileira pro tempore (temporária) do Brics, abriu-se a
expectativa de que, no próximo ano, o Brasil inicie a colaboração com seus
quatro parceiros no grupo de países de economia emergente.
A
cooperação é técnica e não envolve repasse de recursos. O apoio vai desde a
elaboração de projetos, assessoria na escolha de hospitais participantes das
redes locais, especificação de equipamentos e treinamento de pessoal como
processamento de leite humano, práticas de aleitamento e gestão de banco de
leite.
Conforme
explicou à Agência Brasil Joao Aprigio Guerra de Almeida,
pesquisador da Fiocruz e coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano,
constituída a pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), a assessoria
brasileira não impõe roteiro de criação de banco de leites em outros países.
“É um
produto SUS-Brasil de exportação. Não transferimos modelos, mas sim princípios
e apoiamos na adaptação às suas realidades. A cooperação brasileira se pauta
por valores importantes como a horizontalidade, o compartilhamento, a não
intervenção e o respeito à independência dos países”, assinalou Almeida.
A demanda
de cooperação com os demais membros do Brics foi formalizada em uma reunião
técnica ocorrida em agosto em Brasília, e ratificada
em encontro dos ministros de Saúde dos cinco países, realizado em outubro
em Curitiba.
Campanha Nacional
De acordo
com a Campanha
Nacional Aleitamento Materno 2019, do Ministério da Saúde, a
amamentação “previne a fome e a desnutrição em todas as suas formas e garante a
segurança alimentar dos lactentes, mesmo em tempos de crise e catástrofe”, e
“está associada a um melhor desempenho em testes de inteligência, renda mais
alta e maior produtividade na vida adulta”.
Há
benefícios da amamentação na prevenção de doenças como diabetes 1 e 2 nas
crianças e câncer de mama nas mães. Tudo isso “diminui os custos com tratamentos
nos sistemas de saúde”, informa a campanha.
A
disseminação das vantagens do aleitamento materno e a criação de bancos de
leite são causas abraçadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que 2020
completa 120 anos de funcionamento e tem sua matriz no Rio de Janeiro.
“O banco de leite é casa de apoio à amamentação, não é leiteria humana. Os nossos bancos de leite se voltam para obter leite para nossos prematuros. Essas crianças vão para casa, e suas mães precisam de apoio para eles serem amamentados”, afirmou Aprigio.
“O banco de leite é casa de apoio à amamentação, não é leiteria humana. Os nossos bancos de leite se voltam para obter leite para nossos prematuros. Essas crianças vão para casa, e suas mães precisam de apoio para eles serem amamentados”, afirmou Aprigio.
Segundo o
pesquisador, a amamentação é biologicamente determinada, porém, é
socioculturalmente condicionada. "Aquilo que deveria ser regido pelas leis
da biologia, de algum tempo para cá, tempo que coincide com a indústria de
leite, as leis da biologia passaram a ser substituídas pelas leis de mercado.”
(Agência Brasil)
(Foto: Elza Fiúza/Arquivo/Agência Brasil)
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