Geral
Clientes de banda larga fixa passam por instabilidades por conta do volume de acessos.
A pandemia do coronavírus forçou a quarentena e, consequentemente, maior consumo de internet por parte de consumidores residenciais e se tornou um desafio para companhias e usuários.
Neste momento de quarentena por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com muita gente
trabalhando em casa, com home office, crianças fora da escola, a demanda por
download e upload de dados cresce bastante. E aí os problemas com
provedores de internet aumentam. Segundo Eduardo Tude, presidente do Teleco,
um site que reúne especialistas e conteúdos de análise do mercado de internet
no Brasil, o problema maior é na hora de pico, especialmente à noite, que causa
queda ou intermitência da qualidade da banda larga fixa, principalmente por
conta do uso do streaming, notadamente, o de vídeo. “Normalmente é o streaming
de vídeo à noite que aumenta a demanda. O pessoal que está em casa, muita gente
ao mesmo tempo. O que os provedores de streaming têm feito é baixar um pouco a
qualidade do vídeo para diminuir o tráfego”, afirma, ressaltando que mesmo
assim o impacto na conexão é grande.
A gigante nacional Net, do grupo Claro, aparece
no site Down Detector, que se propõe a fazer
monitoramento de problemas e mostrar tempo de inatividade em tempo real e
interrupções do serviço, como um dos que está enfrentando os maiores problemas
nos últimos dias. Praças como São Paulo, Porto Alegre, Campinas, Rio de
Janeiro, Brasília, São Bernardo do Campo/SP, Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia
surgem como as que têm mais reclamações de usuários.
Não há muitos dados sobre Fortaleza. Porém, Fortaleza e
Maracanaú surgem no mapa do site como tendo problemas em algumas regiões, mas
nada parecido com as cidades citadas anteriormente. Na nossa Capital, o
problema parece ser mais concentrado na região do Meireles e Mucuripe. Já em
Maracanaú, a dificuldade de acesso parece, pelo mapa, na região próxima ao
estádio Moraisão. Tudo isso até o fechamento desta matéria. Importante frisar
isso, pois os dados mudam de acordo com o momento da busca.
10.764
de acessos em todo o Brasil tivemos em fevereiro deste ano na
banda larga fixa em fibra óptica. Isso representa uma queda de 0,7% frente ao
mês de janeiro. No Ceará, o total de acessos foi 7,06% menor (496.574) que
janeiro que teve 534.296 clientes conectados. Mesmo assim é muita gente usando
a banda larga fixa no País e aqui no Estado.
Tentamos falar com a assessoria da Claro/Net que nos passou
um documento sobre o que as empresas, em conjunto, estão fazendo pelo
consumidor, como liberar canais e aumentar a banda do serviço de internet ou
oferecer 100 MB a mais para serviços móveis por dia. Nada com relação ao
problema dos consumidores da banda larga fixa.
Outra empresa, essa regional, que vem atravessando problemas
é a Multiplay Telecom. Vendo o aumento de reclamações dos usuários, a
companhia enviou nota para os clientes onde pediu a compreensão de seus
clientes por conta do momento com possíveis quedas, lentidão e interrupção dos
serviços.
Segundo Fernando Nunes, diretor técnico da Multiplay Telecom,
a companhia está trabalhando dia e noite para ajustar a demanda anormal causada
pelo status de quarentena ao qual todos estão passando. Ele informa que
está havendo um aumento de demanda que foi superior a 30% do normal. “Sendo que
a maior parte deste aumento é causado pelo uso de games online (70%,),
plataformas de vídeo streaming (15%) e o restante acesso geral”,
garante.
Estudo do QualiBest sobre o coronavírus confirma o que disse
Nunes. De acordo com o levantamento feito online em dois momentos, em 10 e 12
de março deste ano com 1.098 entrevistas e depois em 20 e 22 de março com
1.005 entrevistas, 42% dos entrevistados falou que vai comprar ou já
comprou serviço de streaming de vídeo como Netflix, HBO Go, Amazon Prime e Hulu
Plus. Streaming de jogos foi mencionado por 20% e streaming de música como
Spotify e Deezer foi ou será contratado por 18%.
38%
dos entrevistados pela QualiBest afirmam que concordam
plenamente que tem falado mais com amigos e parentes usando telefone, WhatsApp,
Skype e videoconferência. 27% concordam parcialmente, 23% discordam
parcialmente e 12% discordam totalmente.
Reforço no suporte
De acordo com Nunes, a natureza do serviço em que a Multiplay
Telecom se encaixa, exige que a equipe técnica deles monitore, amplie, otimize
e repare constantemente a infraestrutura de rede para estar adequada a
qualidade do serviço que oferecem aos clientes. “Estamos todos os dias e noite
fazendo upgrades em equipamentos, contratações de disponibilidades em links,
mas o que tem que se compreender é que o tráfego que estamos tendo hoje é
equivalente a projeção de 3 a 4 anos de crescimento”, afirma.
Além disso, segundo Nunes, mesmo com todas as dificuldades do
momento, a Multiplay garante que está tentando manter a normalidade do
funcionamento do serviço de reparo interno nos problemas pontuais dos clientes,
observando as recomendações para prevenção de propagação do coronavírus
exigidas no momento.
“Para se ter uma ideia eu e minha equipe não tivemos uma
madrugada desde o início desta quarentena sem estarmos acordados fazendo
alterações e otimizações com objetivos de melhorar sempre. A verdade é que por
ser um serviço invisível e pouco compreensível pela maioria da população, não
há empatia ou compreensão e junto com o pessoal de saúde, limpeza e alimentação
nosso setor de telecomunicações é fundamental e está funcionando com tudo
que temos”, desabafa.
Consumo maior
Segundo Sayde Bayde, diretor de Comunicações da Mob
Telecom, nos últimos dias o consumo de internet por conta dos clientes da
empresa (residenciais ou provedores de acesso) aumentou mais de 40%. A empresa
trabalha com mais de 40 mil clientes no Ceará e um total de mais de 1 milhão no
Brasil através de provedores nos estados de São Paulo, Amapá, Pará, Piauí,
Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e Goiás. Ainda de
acordo com Bayde, os picos de dados chegaram a 880GB, só em Fortaleza, que é a
sede.
A empresa garante ter criado dois comitês durante a crise do
Covid-19. Um cuida da saúde dos funcionários, evitando que eles possam contrair
a doença, inclusive com regime de home office e para os que vão às ruas fazer
reparos técnicos, a liberação de equipamentos para evitarem o contágio. A outra
comissão fica monitorando oscilações na rede para tentar evitar quedas bruscas
ou falta do serviço para os clientes. Até agora esta segunda comissão tem
conseguido evitar maiores problemas.
Outra empresa que garante estar atravessando bem a pandemia é
a Brisanet. Focada no Interior dos estados onde atua, está no Ceará,
Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a empresa afirma que está com
equipes atuando para que os serviços não sejam interrompidos. O menor plano
destinado aos usuários, garante o presidente da empresa, José Roberto Nogueira,
é de 50 megas, e ele acredita que isso é suficiente para suprir as necessidades
mesmo no atual momento pandêmico. “Estamos com todo time comercial e de
marketing voltado para ajudar o time de operação em planejar como melhor
atender o cliente Brisanet, que neste momento está em casa e precisa do serviço
para se comunicar com seus parente. Nosso objetivo é que as pessoas que estão
isolada se aproxime de seus familiares sem contato físico”, encerrou.
Solução
Mas então, como solucionar tal problema de alta demanda e
gargalo de entrega de serviços de dados? Segundo Eduardo Tude, as empresas já
estão buscando soluções como monitoramento e contratação de mais link e aumento
de banda. Porém, o volume de tráfego crescente é um gargalo que as impede de
estar 100%. Ao consumidor resta alternar entre serviços de internet como
streaming de vídeos e games com TV a cabo, leitura e outros serviços para
tentar reduzir o impacto na rede e o estresse do momento.
(Diário do Nordeste)
(Foto: Melquíades Júnior)
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